São Paulo, sexta-feira, 07 de outubro de 2005

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ROMANCE PROIBIDO

Tenente-coronel afirma que orientação sexual de garotas não influenciou comportamento da PM

Polícia nega preconceito contra garotas

DA REPORTAGEM LOCAL

O tenente-coronel Jorge Luiz Alves, chefe da seção de comunicação social da PM de São Paulo, negou ontem qualquer tipo de discriminação por parte da policial que abordou as estudantes na USP Leste. "O comportamento da policial seria o mesmo seja qual fosse a orientação sexual do casal", disse ele, ao justificar o registro do caso como ato obsceno.
Segundo Alves, os policiais são orientados a não discriminar ninguém. "A formação dos policiais é esmerada. Os direitos dos cidadãos são conhecidos e respeitados pelo policial", afirmou.
Alves disse que a reportagem não pôde ter acesso ao documento registrado na delegacia por se tratar de um crime sexual. "Esse tipo de fato corre em segredo de Justiça. O acesso a documentos públicos é restrito", justificou.
Ontem pela manhã, o comando da PM que coordena a área onde a policial trabalha não apresentou o documento à Folha, alegando que ele já havia sido encaminhado à Justiça. No entanto, até a tarde de ontem, nada havia chegado ao Fórum de São Miguel Paulista (zona leste), para onde deveria seguir o registro policial.
O tenente-coronel não quis comentar o conteúdo do que foi descrito na ocorrência. "Foi registrado ato obsceno. Não vou falar os detalhes, o documento será encaminhado ao juiz."
Segundo ele, no documento há depoimentos de testemunhas que atestam a afirmação da policial de que as garotas teriam cometido ato obsceno. Ele, porém, não falou quem seriam essas pessoas.
Também afirmou que a policial envolvida no caso não poderia falar, já que ele é o porta-voz da corporação. (LUÍSA BRITO)


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