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Repreensão é maior em bares
DA REPORTAGEM LOCAL
Advogada especializada em direito civil, família e sucessões,
Sylvia Maria Mendonça do Amaral já tratou de 12 casos nos últimos três anos envolvendo discriminação de parceiros homossexuais. A maioria sofre a repreensão em bares e casas noturnas.
"Normalmente os gerentes
abordam os casais e dizem que o
comportamento é inadmissível.
Também são ameaçados de expulsão caso eles continuem namorando", diz a advogada.
Amaral já advogou a favor de
lésbicas. "Tive clientes que estavam se beijando perto de uma estação do metrô e foram abordadas por um policial. É claro que
elas se sentiram constrangidas.
Mas o pior é que, quando um casal gay vai até a delegacia fazer
ocorrência, ainda corre risco de
ser ridicularizado", afirma.
Ela lembra que a lei estadual
10.948 prevê penas para quem
pratica atos discriminatórios em
razão de orientação sexual.
Frei Caneca
Mais de dois anos após terem sido repreendidos por seguranças
do shopping Frei Caneca por estarem se beijando, os namorados
João Carlos Xavier Junior e Rodrigo Assis Rocha ainda brigam para
receber uma indenização por danos morais. Em abril, a Justiça determinou, em primeira instância,
que o shopping deveria pagar
cem salários mínimos ao casal (o
equivalente a R$ 30 mil), mas as
partes não aceitaram o valor fixado, e o processo continua.O casal
pede indenização de R$ 100 mil.
A atitude do shopping, em julho
de 2003, provocou forte reação
entre casais homossexuais que resolveram, em agosto daquele ano,
protestar com um "beijo coletivo"
dentro do Frei Caneca.
No Rio de Janeiro, o caso de
duas lésbicas que foram abordadas pelo garçom de um bar quando se abraçaram e se beijaram
também se tornou público. O casal decidiu entrar com uma ação
de indenização, que foi julgada
procedente. O bar foi condenado
a pagar R$ 5.200 pela prática de
ato preconceituoso.
(DANIELA TÓFOLI)
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