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Solo frágil causou trincas, diz engenheiro
Para consultor do Via Amarela, risco de desabamentos é "pequeno"; consórcio diz só daria informações à imprensa hoje
DA REPORTAGEM LOCAL
O engenheiro Jorge Takahashi, especialista em construção de túneis e consultor do
Consórcio Via Amarela, diz
que, embora os abalos aos imóveis tenham relação com as
obras da linha 4-amarela, o risco de desabamentos é "pequeno". Procurados ontem, nem o
Consórcio Via Amarela nem o
Metrô se pronunciaram oficialmente sobre o caso.
Takahashi, que participou do
projeto da linha 4-amarela, disse que o risco de um acidente
semelhante ao da cratera na estação Pinheiros -que matou
sete pessoas em 2007- é "zero,
não vai ocorrer".
O consultor, que afirmou ter
estado no local em vistorias feitas no primeiro semestre, diz
que as rachaduras apareceram
em virtude da "fragilidade do
solo" da região -que, por estar
próxima à margem do rio Pinheiros, tem alta concentração
de água, areia e argila.
Segundo Takahashi, durante
a construção do túnel, é normal
e até previsível que haja algum
tipo de desequilíbrio desses
componentes, o que provoca os
danos às construções. Mas a
tendência é que o solo se estabilize logo após a impermeabilização do túnel com concreto
-que, diz ele, já foi feita.
"Não há como escavar um túnel sem que a água escorra para
dentro dele durante a obra. As
casas em que há algum risco de
desabamento foram desocupadas." Porém, segundo o consultor, as desocupações acontecem mais por precaução do que
pelo risco. "A experiência [de
outras construções] mostra
que os locais desocupados não
costumam cair", diz.
Embora, segundo o consultor, o túnel "já esteja escavado",
detonações no subsolo da região ainda podem ocorrer, para
ajustar a profundidade do túnel. No entanto, diz ele, as detonações não têm relação com os
problemas nos imóveis. "Elas
têm impacto menor que o de
um caminhão que passa pela
rua. Sei que assustam o morador que está com a casa rachada, mas são insignificantes."
Procurada às 16h40, a assessoria de imprensa do Via Amarela afirmou, por meio de nota,
não ter tido tempo suficiente
para "mobilizar a equipe técnica necessária para dar todas as
informações solicitadas pela
reportagem". Disse que só daria as informações à imprensa e
aos moradores hoje à tarde.
Procurado, o Metrô informou que os esclarecimentos
caberiam ao consórcio. Afirmou, porém, que atenderia à
reportagem caso eles não fossem prestados a contento, no
prazo dado pelo Via Amarela.
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