São Paulo, terça-feira, 07 de outubro de 2008

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Solo frágil causou trincas, diz engenheiro

Para consultor do Via Amarela, risco de desabamentos é "pequeno"; consórcio diz só daria informações à imprensa hoje

DA REPORTAGEM LOCAL

O engenheiro Jorge Takahashi, especialista em construção de túneis e consultor do Consórcio Via Amarela, diz que, embora os abalos aos imóveis tenham relação com as obras da linha 4-amarela, o risco de desabamentos é "pequeno". Procurados ontem, nem o Consórcio Via Amarela nem o Metrô se pronunciaram oficialmente sobre o caso.
Takahashi, que participou do projeto da linha 4-amarela, disse que o risco de um acidente semelhante ao da cratera na estação Pinheiros -que matou sete pessoas em 2007- é "zero, não vai ocorrer".
O consultor, que afirmou ter estado no local em vistorias feitas no primeiro semestre, diz que as rachaduras apareceram em virtude da "fragilidade do solo" da região -que, por estar próxima à margem do rio Pinheiros, tem alta concentração de água, areia e argila.
Segundo Takahashi, durante a construção do túnel, é normal e até previsível que haja algum tipo de desequilíbrio desses componentes, o que provoca os danos às construções. Mas a tendência é que o solo se estabilize logo após a impermeabilização do túnel com concreto -que, diz ele, já foi feita.
"Não há como escavar um túnel sem que a água escorra para dentro dele durante a obra. As casas em que há algum risco de desabamento foram desocupadas." Porém, segundo o consultor, as desocupações acontecem mais por precaução do que pelo risco. "A experiência [de outras construções] mostra que os locais desocupados não costumam cair", diz.
Embora, segundo o consultor, o túnel "já esteja escavado", detonações no subsolo da região ainda podem ocorrer, para ajustar a profundidade do túnel. No entanto, diz ele, as detonações não têm relação com os problemas nos imóveis. "Elas têm impacto menor que o de um caminhão que passa pela rua. Sei que assustam o morador que está com a casa rachada, mas são insignificantes."
Procurada às 16h40, a assessoria de imprensa do Via Amarela afirmou, por meio de nota, não ter tido tempo suficiente para "mobilizar a equipe técnica necessária para dar todas as informações solicitadas pela reportagem". Disse que só daria as informações à imprensa e aos moradores hoje à tarde.
Procurado, o Metrô informou que os esclarecimentos caberiam ao consórcio. Afirmou, porém, que atenderia à reportagem caso eles não fossem prestados a contento, no prazo dado pelo Via Amarela.


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