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Promotoria vai investigar monotrilho do Morumbi
Inquérito é aberto após representação de ONG e de condomínio do bairro
Para síndico, o governo
tenta empurrar "projeto
pronto" sem discuti-lo;
Metrô defende obra e diz
que fez a melhor opção
JOSÉ BENEDITO DA SILVA
JULIANNA GRANJEIA
DE SÃO PAULO
O Ministério Público de SP
abriu inquérito para apurar
se há "irregularidades e danos à ordem urbanística" na
implantação da linha 17-ouro
do metrô, que ligará o aeroporto de Congonhas aos bairros do Morumbi e Jabaquara.
A investigação foi aberta
ontem, após representação
da ONG Movimento Defenda
São Paulo e do Palm Springs,
um condomínio de casas de
alto padrão do Morumbi.
O promotor Raul de Godoy
Filho pediu informações à
SPTrans, à Casa Civil do governo de SP e à prefeitura.
O órgão quer detalhes sobre a escolha do monotrilho
-trem que trafega sobre um
elevado-, as intervenções
necessárias, os danos ambientais e a estimativa de
imóveis desapropriados.
O Estudo de Impacto Ambiental da obra prevê desapropriar 132 mil m2, incluindo
lojas, imóveis de alto padrão
e dois empreendimentos ainda na planta, como revelou
ontem a Folha.
A iniciativa representa
uma escalada na ofensiva articulada por entidades do
Morumbi contra o projeto.
Segundo Reynaldo Abujamra, síndico do Palm
Springs, entidades da região
também irão à Justiça. "A indignação é muito grande. O
bairro é residencial. Não deixam arrancar uma árvore e
vão empurrar essa obra?"
A maior queixa é que o governo tem um "projeto pronto" e tenta aprová-lo em audiências em locais como a favela de Paraisópolis e o Jabaquara, onde a resistência é
menor. Não há audiência
prevista para o Morumbi.
O secretário municipal do
Verde e do Meio Ambiente,
Eduardo Jorge, que comanda
as audiências, é acusado de
estar "aparentemente comprometido com as empreiteiras". Ele não quis comentar.
DEGRADAÇÃO
Além das críticas à falta de
discussão, a representação
questiona outros aspectos do
projeto como as desapropriações e a degradação da paisagem com a construção do elevado de 15 metros de altura,
com colunas de sustentação
erguidas a cada 30 metros
-a extensão é de 20 km.
Segundo a representação,
o projeto "ocasionará impactos visuais, ambientais e sonoros em uma região de
grande concentração residencial e de escolas".
Invocam com frequência o
elevado Costa e Silva, o Minhocão, no centro, "erro urbanístico que ocasionou forte degradação visual, sonora, ausência de privacidade,
desvalorização imobiliária e
aumento da criminalidade".
OBRA IMPORTANTE
O Metrô defende a obra,
diz que o monotrilho causa
baixo impacto ambiental e
menos desapropriações.
Afirma, ainda, que é importante para o sistema de transporte público a integração do
aeroporto de Congonhas à rede metroferroviária e do Morumbi ao restante da malha
por meio de conexões com as
linhas 1-azul e 4-amarela.
A companhia disse, ainda,
que "tomará as medidas cabíveis" para "garantir o interesse público" caso o projeto
seja questionado na Justiça.
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