São Paulo, domingo, 08 de fevereiro de 2004

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Sem transporte, mãe levaria filho no colo

DA REPORTAGEM LOCAL

O garoto Jonathan Henrique Alves, 7, tem atraso psicomotor e dificuldades para andar. João Carlos Cainé, 17, é portador de paralisia cerebral. Ana Carla Silva, 12, e o irmão Adriano, 10, moram a quase 3 km da escola.
Em comum, essas crianças têm o fato de serem alunos da rede municipal de educação e serem beneficiados pelo Vai-e-Volta, o que, na opinião dos pais e dos próprios alunos, é fundamental para mantê-los na escola.
Valquíria Laner Alves, 29, mãe de Jonathan, afirma que, sem transporte gratuito, teria de carregar o filho no colo até a Emef José Quirino, localizada a 2 km da sua casa. A família mora em uma ocupação irregular na zona leste de São Paulo e recebe R$ 163 mensais do programa renda mínima.
João, que se movimenta em uma cadeira de rodas, freqüentava aulas na AACD. Os pais pagavam R$ 60 para que fosse levado de perua. No ano passado, ele passou a freqüentar uma escola municipal e conseguiu o transporte.
Ana Carla e o irmão Adriano podem andar normalmente, mas, quando chovia, costumavam faltar à aula porque, morando a 2,5 km da escola, chegavam ensopados. "Quando conseguíamos chegar, estávamos tão molhados que a professora mandava a gente voltar para não pegar um resfriado", afirma Ana Carla.
Os irmãos estudam na Emef Vargem Grande, na zona sul da capital paulista. As ruas do bairro, que tem o mesmo nome da escola, são de terra e não há rede de esgoto. (CC)


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