São Paulo, quarta-feira, 08 de abril de 2009

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outro lado

Exército só "acompanha" polícias, diz promotor militar

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público Militar, que acompanha a ação do Exército em Caçapava, disse não haver irregularidade na operação militar. "Está tudo bem. Até causou estranheza essa situação", disse o promotor de Justiça Militar Ednilson Pires.
Mesmo não considerando haver irregularidade, ele disse acreditar ser possível haver uma redução do efetivo nas ruas ou a saída completa nos próximos dias.
Isso não quer dizer, no entanto, segundo o promotor, que os militares não continuem utilizando a inteligência para prosseguir nas apurações.
Pires disse ainda que, fora do quartel, o Exército apenas "acompanha" o trabalho das polícias Militar e Civil nos pontos de bloqueio em ruas e avenidas ou realiza diligências -autorizadas pela Justiça- dentro da investigação do Inquérito Policial Militar (IPM).
O promotor afirmou que as investigações estão evoluindo positivamente, mas que não poderia dar detalhes que as atrapalhassem.
Sobre as suspeitas de toque de recolher e de agressão, Pires disse não conhecer nenhuma denúncia nesse sentido. "Há um certo exagero." Mas, diz ele, se houver alguma denúncia sobre abusos pelos militares, ela será investigada com rigor.
Autoridades de São José dos Campos dizem tratar as denúncias anônimas com certa prudência, que poderiam ter a finalidade de afastar o aparato militar de pontos de venda de drogas, por exemplo.

Oficial de comunicação
O tenente-coronel José Mateus Teixeira Ribeiro, oficial de comunicação do Exército, em Caçapava, foi procurado ontem para comentar o assunto.
Ele chegou a atender a ligação, pediu para que a reportagem retornasse, mas não foi encontrado. A Folha deixou recados em seu celular e no quartel, mas, até o fechamento desta edição, não obteve resposta.
Em entrevistas anteriores, Ribeiro afirmava não ver ilegalidade na ação porque não a considerava uma ocupação militar. Para ele, a operação não tem semelhança alguma com a ocorrida no Rio de Janeiro, em 2006, quando o Exército ocupou um morro durante 12 dias.
No Rio de Janeiro, a Justiça foi acionada para autorizar a operação militar.


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