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Novo reitor quer "internacionalizar" Unicamp
MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
O médico Fernando Ferreira
Costa, 58, que toma posse no
dia 17 como novo reitor da Unicamp, afirma que pretende tornar a universidade mais internacional, ampliando a realização de intercâmbios. Segundo
ele, a meta é aumentar os atuais
quase 10% de alunos com alguma experiência de intercâmbio
para cerca de 30% nos próximos quatro anos.
Costa, que tem pós-doutorado na Universidade de Yale, nos
EUA, foi admitido como professor na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp em
1990. Lá, já exerceu cargo de diretor e é professor titular em
hematologia e hemoterapia.
Veja trechos da entrevista concedida à Folha ontem.
FOLHA - Quais seus principais projetos para a universidade?
FERNANDO COSTA - A Unicamp é
uma das mais importantes instituições de inovação e produção de patentes. Do que nós
precisamos é incrementar de
maneira significativa o intercâmbio com universidades do
exterior, em número de alunos
de graduação, pós-graduação e
docentes. Entendemos que essa troca de experiências é importante. Queremos adotar isso visando que a Unicamp se
transforme, nos próximos cinco, dez anos, numa universidade comparada às melhores do
exterior.
FOLHA - Há alguma meta?
COSTA - Em relação à internacionalização, no momento, menos de 10% dos alunos tiveram
algum grau de intercâmbio. O
nosso objetivo é chegar a 30%.
FOLHA - Alguma universidade de
outro país serve como parâmetro?
COSTA - Existem organizações
que se preocupam em fazer
classificações. O que nós pensamos é que a Unicamp é uma das
melhores e mais produtivas do
Brasil. Se a gente conseguir incrementar ainda mais essa qualidade, podemos colocar a Unicamp entre as 50, cem melhores do mundo. Ela está entre a
100ª e a 200ª numa classificação do "The Times". Mas essas
classificações são controversas.
FOLHA - A universidade seguirá
não participando do Enade [exame
para alunos do ensino superior]?
COSTA - Esse tipo de decisão é
sempre tomada por órgãos institucionais. A Unicamp participava das edições antigas do
Provão, mas, nessa nova avaliação, como a USP, não participou porque os órgãos colegiados entenderam que alguns parâmetros não estavam de acordo com o que a Unicamp entendia por adequado. Por exemplo,
em vez de uma amostra, a Unicamp defende que todos os estudantes deveriam participar.
FOLHA - Como vê a discussão sobre
a adoção do Enem como vestibular
em universidades federais?
COSTA - A Unicamp tem uma
tradição interessante no vestibular, que prioriza a criatividade e potencial de aprendizado.
No momento eu sou a favor da
manutenção como está.
FOLHA - A crise afeta as universidades?
COSTA - O orçamento é baseado no percentual de arrecadação do ICMS. A universidade
observa com cautela a economia, analisando seu orçamento
a cada três meses. Mas já percebemos uma redução drástica.
FOLHA - Há alguma alteração, ampliação prevista nas ações afirmativas para alunos de escolas públicas?
COSTA - O conselho universitário analisa sempre como está o
desempenho dos alunos que
entram dessa forma. As análises mostram que o mecanismo
é bom. Não há nenhuma mudança prevista no momento.
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