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EDUCAÇÃO
Críticos e defensores do exame dizem que ele é um sucesso de repercussão, negativa ou positiva, e defendem mudanças
Para reitores, custo do provão é elevado
DA SUCURSAL DO RIO
Representantes de instituições e entidades contrárias ou a favor do
provão são unânimes em dois pontos ao fazer um balanço do
exame. O primeiro é que ele foi
um sucesso do ponto de vista da
repercussão (negativa ou positiva) na opinião pública. O segundo
é que o processo de avaliação do
ensino superior precisa de mudanças, sejam elas radicais ou
apenas de aperfeiçoamento.
O presidente da Andifes (entidade que representa reitores de
universidades federais), Mozart
Vieira, critica o alto custo do exame. "É muito elevado. Há uma
certa redundância no processo
quando um curso que já tirou sucessivos A ou B [os melhores conceitos" é avaliado anualmente. Esses cursos poderiam receber um
selo de qualidade e ser avaliados
em intervalos maiores, o que diminuiria o custo", afirma Vieira.
Tancredo Maia Filho, coordenador do provão, não concorda
com a afirmação de que o exame é
caro. "O custo é da ordem de R$
25 milhões, o que dá cerca de R$
5.100 por curso. É muito barato se
levarmos em conta a quantidade
de informação que ele presta. É
um valor muito aquém do que
uma consultoria privada cobraria
para detectar as deficiências de
um curso", diz.
Vieira, da Andifes, vê como
ponto positivo o fato de o exame
ter mostrado à sociedade a qualidade das universidades públicas.
Para ele, no entanto, a avaliação
centralizada pode engessar os
currículos dos cursos, induzindo
os departamentos a privilegiar
apenas o conteúdo cobrado no
exame para que seus alunos tenham melhor desempenho.
Heitor Pinto Filho, da Anup,
critica o fato de o provão não medir o que os especialistas chamam
de valor que o curso agrega a um
estudante. "Muitas instituições
recebem um aluno de nível E e o
transformam em um de nível C.
Essa instituição está agregando
mais ao estudante do que uma
que recebe um estudante em um
vestibular concorrido com nível A
e deixa ele no nível C", explica.
Maia Filho e o ministro Paulo
Renato Souza destacam como
ponto positivo do provão o fato
de ele permitir que o estudante
compare a qualidade dos cursos
antes da matrícula. Para o ministro, o provão mostrou que havia
muitas faculdades com pouca tradição com cursos de bom nível,
que passaram a ser reconhecidas.
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