São Paulo, sábado, 08 de junho de 2002

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Motoristas voltam ao trabalho, e prefeitura suspende intervenções

DA REPORTAGEM LOCAL

A intervenção da prefeitura anteontem nas empresas que transportam quase 15% dos passageiros de ônibus em São Paulo foi uma das mais rápidas já feitas pela administração municipal.
O governo Marta Suplicy (PT) suspendeu ainda ontem a ação em quatro garagens que ficaram sob controle do poder público durante pouco mais de 24 horas -nas viações Santo Amaro, Parque Ibirapuera e Cidade Tiradentes, ligadas ao grupo Constantino de Oliveira, e São Judas, do empresário Romero Niquini.
A última intervenção, na segunda garagem da viação São Judas, deve acabar apenas hoje. A Secretaria dos Transportes informou que, diferentemente do que havia divulgado anteontem, a viação Santa Bárbara foi ocupada por funcionários da prefeitura, mas não teve a intervenção concretizada porque a empresa aceitou pagar os funcionários à noite.
A suspensão das intervenções foi decidida porque os motoristas começaram a voltar ao trabalho durante a madrugada e os salários foram depositados. A decisão da gestão Marta desagradou Edivaldo Santiago, presidente do sindicato dos trabalhadores, que ameaça organizar uma paralisação nessas empresas na segunda.
"Uma intervenção de um dia não é coisa séria. Há um monte de irregularidades que continuam. Parece que foi só para fazer um discurso diferente", disse.
A prefeitura utilizou R$ 2,6 milhões para pagar a categoria. Parte do dinheiro veio da retenção da tarifa arrecadada ontem. O restante será descontado dos repasses futuros previstos pela SPTrans (São Paulo Transporte).
O secretário dos Transportes, Carlos Zarattini, disse que, apesar do fim da intervenção, seis empresas passarão por auditoria -além das que sofreram a ação da prefeitura, a viação Farol da Barra, que só pagou os trabalhadores horas antes de a ação do governo Marta ser deflagrada.
De acordo com o secretário, Zarattini, a intervenção pode demorar até seis meses. Em 2001, a gestão petista interveio em quatro empresas -na Georgia, a ação durou mais de três meses.



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