São Paulo, quinta-feira, 08 de julho de 2004

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OUTRO LADO

Empresa diz querer "salvar" contratos antigos

DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor de relações institucionais da SulAmérica, Pedro Fazio, afirmou ontem que o reajuste de 47% apresentado pela empresa a 110 mil beneficiários de seguros antigos é uma tentativa de "salvar" carteiras desequilibradas -em que os custos com assistência superaram os das mensalidades. Sem equilíbrio, as empresas dizem que não têm como manter os contratos.
"O que talvez as pessoas não estejam entendendo é que estamos buscando salvar essas carteiras", disse Fazio. "Não é ameaça, nenhum tipo de terrorismo. Mas precisamos ser muito transparentes. Dentro da legalidade estamos buscando equilibrar para que [o segurado] tenha vida uma tranqüila daqui para a frente."
Fazio afirma que, levando-se em conta a média de mensalidade dos planos atingidos, R$ 80, o custo para o beneficiário fica muito abaixo dos planos novos que estão no mercado.
"Não adianta barrar [o reajuste] e não ter alternativa. Se essa pessoa for buscar outro plano, são R$ 500, R$ 600. Que defesa é essa do hipossuficiente [ pessoa que é economicamente fraca]?" Para o diretor, os clientes têm condições de entender os reajustes.
O diretor da Bradesco Saúde, Márcio Coriolano, destacou que a variação de custos hospitalares, índice considerado abusivo pelas entidades de defesa dos consumidores, está presente em contratos antigos e novos. "Nunca houve contestação antes."
Coriolano afirma que nos últimos anos a ANS concedeu reajustes abaixo do necessário para cobrir custos.
Segundo o diretor, 275 mil beneficiários de seguros-saúde antigos da Bradesco receberam aumentos. Para 62%, o reajuste foi de 18,89%; 28% dos contratos receberam aumentos de 81,6%. O restante teve reajustes de 44% a 68%.


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