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JUSTIÇA
Marcelo Caron, que teve registro profissional cassado, será julgado por erros em cirurgias plásticas feitas em Brasília
Médico vai a júri por morte de pacientes
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Marcelo Caron, que teve seu registro profissional de médico cassado em 2002, vai a julgamento
por júri popular acusado de exercício ilegal da medicina e da morte de duas pacientes em Brasília
por erros em procedimentos durante cirurgias plásticas.
Caron será julgado pelo Tribunal do Júri e vai responder por homicídio doloso eventual (quando
se assume o risco de cometer crime). A decisão é da juíza substituta do Tribunal de Justiça do Distrito Federal Lilian Bastos de Paula. O advogado Adolfo da Costa,
que representa Caron, disse ontem que vai recorrer.
Não há previsão de quando o
julgamento vá acontecer. Caron
pode ser condenado de 12 a 40
anos de prisão pela acusação dos
dois homicídios e a até dois anos
pelo exercício ilegal da profissão.
Outras três pacientes que fizeram cirurgia plástica em Goiânia
entre março de 2000 e o mesmo
mês de 2001 também morreram.
As mortes e outras 29 denúncias
de erros médicos levaram o Ministério Público de Goiás a firmar
um termo de compromisso com
Caron em que ele reconhecia a necessidade de se afastar temporariamente de atividades ligadas à
cirurgia plástica. Após assinar o
termo, porém, Caron passou a
atender pacientes em Brasília.
Teresa Murta de Oliveira, mãe
de uma paciente que morreu em
Brasília, disse esperar que "a Justiça cumpra seu papel". Grasiela
Murta Oliveira, sua filha, morreu
em 14 de fevereiro de 2002 aos 26
anos, após uma lipoaspiração nos
quadris. Depois de receber alta,
Grasiela queixava-se de dores. Foi
novamente internada e morreu
de infecção generalizada.
"Ela tinha dores, vômito e febre.
Falávamos com o médico por telefone, pois ele estava em Goiânia.
Eu queria internar minha filha,
mas ele dizia que ela estava com
manha e fricote", disse Teresa.
Caron chegou a ser preso no dia
seguinte à morte de Grasiela por
determinação da Justiça do DF.
O outro caso em Brasília é o da
servidora pública Adcélia Martins
de Sousa, que morreu em janeiro
de 2002. Ela teve vasos sangüíneos
próximos ao coração perfurados
com uma cânula de lipoaspiração.
O registro de Caron foi cassado
pelo Conselho Federal de Medicina por unanimidade em dezembro de 2002. Caron recorreu à Justiça e aguarda decisão.
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