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outro lado
PMs negam ter atirado em carro da família
LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
ONLINE, NO RIO
Os dois policiais militares
que atiraram contra o carro
de Alessandra Soares alegaram, em depoimento à polícia, não ter disparado um só
tiro contra o automóvel onde
estava o menino João Roberto. Na versão dos policiais,
houve tiroteio entre eles e
supostos assaltantes que estavam em um Fiat Stilo preto, segundo o delegado titular da 19ª DP (Tijuca), Walter
de Oliveira, que apura o caso.
Apesar de admitir ter feito
disparos, eles negaram, no
depoimento, que os tiros tenham atingido o carro de
Alessandra, disse Oliveira.
"Eles confirmaram que
houve tiroteio com os assaltantes, mas disseram que só
atiraram contra o carro deles
[assaltantes]."
Os dois policiais, cujos nomes não foram divulgados,
prestaram depoimento no
fim da noite de anteontem à
19ª DP (Tijuca) e, depois, foram encaminhados ao 6º Batalhão de Polícia Militar, onde são lotados e permanecem presos administrativamente, de acordo com Oliveira, que decide hoje se pede à Justiça a prisão preventiva dos PMs.
O delegado disse ter ouvido de testemunhas outra
versão: a de que os policiais
atiraram várias vezes contra
o carro de Alessandra. Alguns disseram também, segundo Oliveira, que não houve troca de tiros com os supostos assaltantes.
"Várias pessoas contaram
que viram tudo e que teve tiro dos policiais [contra o carro]. Teve uma senhora que
presenciou tudo. Agora, vamos tentar localizar mais
testemunhas para prestar
depoimento, mas, por enquanto, vamos poupar os
pais do menino."
Pessoas que acompanharam a cena estão com medo
de testemunhar oficialmente a história, de acordo com o
delegado.
No fim da manhã de ontem, policiais da 19ª DP e da
DRFA (Delegacia de Roubos
e Furtos de Automóveis) fizeram operação no morro da
Formiga, na Tijuca, para tentar encontrar os supostos assaltantes, segundo informações da delegacia.
Duas pessoas foram detidas, mas não havia, até a conclusão desta edição, sido divulgada a razão das prisões.
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