São Paulo, terça-feira, 08 de agosto de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Policiais à paisana voltam a vigiar ônibus

Haverá também policiamento ostensivo nos principais corredores da Grande SP

Comando da PM anuncia que operações contra o PCC terão o dobro de homens e o triplo de automóveis que possuem atualmente


DA REPORTAGEM LOCAL

Policiais à paisana voltarão a fazer a segurança dentro dos ônibus por conta da terceira onda de ataques ao Estado, que começou na madrugada de ontem. Haverá também policiamento ostensivo nos principais corredores de ônibus da Grande São Paulo. Além disso, o número de homens em operações contra o PCC será duplicado, e o de carros, triplicado.
O anúncio foi feito ontem pelo comandante da Polícia Militar, coronel Elizeu Eclair Borges, depois que pelo menos 24 ônibus foram atacados no Estado, nove deles na capital, segundo a SPTrans.
À noite, devido à destruição de pelo menos quatro outros ônibus, as viações Vida Azul e Itaim Paulista decidiram recolher toda a sua frota das ruas. As empresas fazem transporte urbano a partir da zona leste.
Por conta dos ataques e também de ameaças, as cooperativas de microônibus e vans circularam ontem só com 30% da frota ontem (2.000 carros), conforme o sindicato da categoria, que diz que 2,3 milhões de pessoas foram afetadas.
O número de passageiros prejudicados não foi confirmado pela SPTrans. Segundo a empresa, os passageiros não ficaram a pé porque os ônibus circularam normalmente. Mas, com a falta de vans, terminais de ônibus e metrô tiveram movimento excepcional à noite.
A SPTrans também determinou às cooperativas a imediata regularização dos serviços, sob pena de instaurar processos administrativos que podem evoluir para rescisão do contrato.
Segundo Senival Pereira de Moura, presidente do sindicato de operadores de microônibus, os carros ficaram nas garagens porque a categoria foi ameaçada. "Alguns motoqueiros ameaçaram queimar ou quebrar os veículos caso eles não voltassem para a garagem. E quem deve nos dar segurança é o poder público. Os operadores não podem correr risco de vida." Segundo ele, não é possível dizer que as cooperativas circularão normalmente hoje.

Postos e bancos
Além dos ônibus, 12 postos de gasolina foram atacados no Estado, conforme a Secretaria de Segurança Pública. Na capital, o caso mais grave ocorreu às 5h, na marginal Tietê, perto da ponte da Casa Verde (zona norte). Três homens renderam o frentista, roubaram o caixa e espalharam gasolina, ateando fogo. Não houve feridos.
Vinte minutos depois, um posto foi atacado na rua Alagoas, em Higienópolis (região central), em frente à Faap. Homens num Corsa fizeram disparos e jogaram coquetéis molotov. A explosão não chegou a causar incêndio. No mesmo bairro, um posto foi atacado na rua Conselheiro Brotero.
Uma bomba de gasolina explodiu em um posto na avenida Cerro Corá, na Lapa (zona oeste). Como ninguém viu suspeitos, a polícia investiga se foi ataque ou problema técnico.
(DANIELA TÓFOLI, FÁBIO TAKAHASHI, FERNANDA BASSETTE E AGÊNCIA FOLHA)

Texto Anterior: PCC incendeia 5 carros de polícia próximo ao Deic
Próximo Texto: Bombas e tiros atingem 34 agências bancárias no Estado, deixando um ferido
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.