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Bombas e tiros atingem 34 agências bancárias no Estado, deixando um ferido
RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Ataques consecutivos na madrugada de ontem atingiram,
com metralhadoras e bombas
de coquetel molotov, 34 agências bancárias no Estado, 12 delas na capital. Um homem ficou
ferido. Ninguém foi preso.
Na ação mais ousada, na Vila
Prudente (zona leste), criminosos jogaram um carro contra
uma agência do Unibanco e
atearam fogo ao automóvel. O
veículo atropelou o morador de
rua Gilmar Xavier de Almeida,
46, que dormia sob a marquise.
Ele está internado no Hospital
Estadual da Vila Zelina com
trauma crâniomaxilofacial.
Não tem previsão de alta, mas
seu estado é estável.
O crime ocorreu às 4h, na
avenida Zelina. Uma Ecosport
preta parou no estacionamento
em frente à entrada da agência,
o motorista saiu e, segundo a
polícia, provavelmente colocou
um suporte no acelerador para
fazer o carro, engatado, andar.
"O banco do carro estava
cheio de álcool. Tanto que a primeira parte que pegou fogo foi
a traseira", afirmou uma testemunha que pediu anonimato.
O criminoso fugiu numa motocicleta vermelha, que o acompanhava na ação. "Foi um susto
muito grande."
Um outro morador de rua, de
cerca de 50 anos, dormia na
marquise, mas não se feriu.
Preta por causa da fuligem,
com pedaços de ferro retorcido,
borracha e vidro espalhados no
chão, a agência não funcionou
ontem. Durante todo o dia, a
agência reunia curiosos, assustados com o que ocorrera. O fenômeno consistia em observar,
atônitos, o cenário de destruição pós-ataque.
"Vim tirar dinheiro. Não sabia que tinham feito isso. Eles
[criminosos] têm que atacar os
políticos corruptos, não os bancos", disse o aposentado Waldemar, 67 -ele não quis fornecer o sobrenome.
Ferro retorcido
Também na zona leste, o Bradesco da avenida São Miguel,
na altura da Penha, foi atingida
com bombas e tiros. Três caixas
eletrônicos estavam carbonizados, as janelas, sem vidro, estavam retorcidas e parte do teto
de gesso desabou.
Outras duas agências do banco, na avenida do Cursino (zona
sul) e na avenida Marechal Tito
(em São Miguel Paulista) foram
atacadas.
Em Arthur Alvim (zona leste), três agências -do Banespa,
Itaú e Banco do Brasil - foram
atingidas em menos de 300 metros, na avenida Maciel Monteiro. As duas primeiras foram
metralhadas; a última, alvo de
uma bomba. A poucos quilômetros dali, um coquetel molotov
explodiu nos caixas eletrônicos
de um Banco do Brasil da avenida Paranaguá, em Ermelino
Matarazzo.
Foi a terceira vez que os bancos passaram a figurar na lista
de alvos dos criminosos. Em
maio, na primeira onda de
ações atribuídas ao PCC no Estado, 19 agências bancárias foram atacadas; em julho, 14.
Em nota, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) manifestou "indignação" em relação aos ataques, mas ressaltou
confiar no poder do Estado em
"garantir a ordem pública e a
segurança da população". O
sindicato dos bancários de São
Paulo e Osasco quer que as
agências atacadas reabram
apenas se apresentarem condições de segurança.
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