DA REPORTAGEM LOCAL

A lei antifumo ganhou muitos adeptos entre celebridades de música e televisão, que posaram para fotos e apareceram em seus programas com a camiseta oficial da campanha do governo.
Entre o elenco do programa "Pânico", da Rede TV! e da rádio Jovem Pan, houve discordância. O apresentador Emílio Surita, que lidera o humorístico, vestiu a camisa da lei no ar, mas o humorista Marvio Lucio, o Carioca, 33, fumante desde os 18, critica a ideia e diz que a proibição "é um grande absurdo" e "não vai pegar".

 

FOLHA - Como vê a lei?
CARIOCA - Não vai pegar. Nada segura fumante, nem remédio. Essa lei é arbitrária pra cacete. O governador errou. Tem que haver o direto de quem quer fumar, reservar um lugar de fumante, talvez isolado com vidro. Nos bares da Argentina, os lugares para fumante têm um vidro e as pessoas ficam totalmente isoladas das que não fumam. Seria mais correto fazer isso do que vir com essa imposição. A cidade está com um cheiro horrível de monóxido de carbono, com um monte de carro emplacado todos os dias.

FOLHA - Será difícil não fumar num bar?
CARIOCA - Não tem como não fumar. Bebo cerveja, vinho, uísque, gosto de tudo. Uma coisa [a bebida alcoólica] é associada a outra [o fumo]. Em balada, não vai pegar. O fumante sempre dá um jeito.
Eu fumo até dentro do aeroporto e ninguém vê. Não vou dizer onde, claro, para não me prenderem, mas sempre consigo. Cansei de fumar no supermercado, escondendo o cigarro com a mão. Não sou fumante irresponsável, inconveniente, que fuma com as pessoas comendo na mesa. Mas como o cara que está na balada e bebe vodca ou uísque não vai fumar?

FOLHA - O Emílio [Surita, líder do "Pânico"] faz propaganda da lei, assim como muitos artistas.
CARIOCA - Eu jamais faria essa campanha. [O veto ao fumo] é arbitrário. Essa lei é para a campanha presidencial dele [o governador José Serra], como foi o medicamento genérico.


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