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MORTE DO TENISTA
Dinheiro seria doado a "escolinhas"
Pai de menino assassinado no RS quer ser indenizado pelo Estado
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O pai do tenista Thomás Feltes
Engel, 16, Henrique Engel, entrará
com um processo de indenização
contra o Estado e, caso a ação seja
vitoriosa, doará o dinheiro a escolas para formação de atletas.
Engel foi morto no último domingo por um tiro disparado pelo
tenente Paulo Sérgio de Souza, 41,
durante uma abordagem policial.
O tenista, um dos principais no
ranking nacional, foi alvejado
com uma escopeta calibre 12.
A 1ª Delegacia de Polícia de São
Leopoldo (RS), onde ocorreu o
incidente, já decidiu que, no relatório do inquérito, indiciará o tenente por homicídio doloso.
Os dois meninos de 15 anos que
acompanhavam Engel quando
ele foi morto deixaram o Estado,
acompanhados de parentes, para
se proteger contra eventuais represálias. No momento da morte,
os três voltavam de um bar e se dirigiam ao carro para pegar um celular que haviam esquecido.
Os meninos não teriam recebido ameaças, mas seus pais consideraram melhor afastá-los. Não
foi revelado o local onde estão. Na
semana que vem, eles deverão ser
ouvidos no IPM (Inquérito Policial Militar), que investiga o crime
paralelamente à Polícia Civil.
Nas investigações feitas a respeito do policial, a Polícia Civil
encontrou pelo menos outro episódio de violência. Em 18 de março de 1998, em um jogo de futebol
no município de Campo Bom, o
advogado Jorge Dienstmann, 49,
disse ter sido agredido por policiais comandados por Souza.
Promovido há dois anos a tenente, Souza, que há 21 anos é policial militar, foi reprovado em
exame psicotécnico, mas conseguiu ocupar a vaga por meio de liminar concedida pela Justiça.
O secretário da Justiça e da Segurança, José Paulo Bisol, decidiu
que o governo enviará um projeto
de lei à Assembléia Legislativa estabelecendo a necessidade de exame em casos de promoção.
Atualmente, a lei prevê tais exames apenas em caso de admissão
na Brigada Militar. Para promoções, a previsão é feita em decreto.
Nesse caso, os reprovados nos testes têm conseguido liminares. A
Justiça entende que a exigência
deve ser feita por lei.
No Vale do Sinos, onde o Comando Geral da BM se instalou,
todos os policiais farão novos testes psicológicos, diz o comandante-geral, Gérson Nunes Pereira.
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