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Não se faz nada em 10 minutos, diz educador
Joaquim Campos, do Conselho Estadual da Educação, diz que opção seria professor dar três aulas seguidas e unir intervalos
Presidente de entidade de
diretores diz que medida "não
tem cabimento" e que no intervalo professores não têm como pensar em atividades
DA REPORTAGEM LOCAL
Educadores consultados pela
reportagem criticaram a decisão do governo Serra (PSDB) de
contabilizar o tempo dos intervalos e destiná-lo para ações
como correção de trabalho ou
planejamento escolar.
O sindicato dos professores
ameaçou até fazer greve para
exigir um recuo da secretária
da Educação, Maria Helena
Guimarães de Castro.
"O professor não consegue
fazer nada em dez minutos",
afirmou o membro do Conselho Estadual da Educação de
São Paulo, Joaquim Pedro Villaça de Souza Campos.
Para ele, uma alternativa é
fazer os professores darem três
aulas seguidas e unir os intervalos, o que significaria um período de 30 minutos.
"Aí seria possível fazer algo.
Mas a principal mudança deveria ser fixar o professor em uma
única escola. Hoje, ele fica mais
tempo se deslocando para várias escolas do que estudando."
Presidente do Consed (conselho de secretários estaduais
de Educação), Dorinha Seabra
Rezende declarou que "o ideal é
que os períodos fora das aulas
estejam agrupados. Mas mudanças assim dependem de entendimentos com sindicatos."
O presidente da Udemo (entidade que reúne os diretores
das escolas estaduais), Luiz
Gonzaga, disse que a posição do
governo "não tem cabimento".
Nos dez minutos, afirma, "os
professores estão preocupados
com as trocas de aulas, como
vão fazer alguma atividade?"
Gonzaga afirmou ainda que
"obviamente o governo iria
buscar algum procedimento
para não precisar aumentar os
recursos para a Educação".
Greve
A presidente da Apeoesp
(sindicato dos professores estaduais), Maria Izabel Noronha,
disse que "a interpretação só
convence a própria secretaria".
"Se ela [a secretária] não recuar, vamos fazer greve. São
Paulo não pode atropelar uma
lei federal", afirmou Noronha.
Neste ano, a categoria parou
por 21 dias, reivindicando aumento de 35% e a revogação do
decreto que prevê prova anual
para a atribuição de locais de
aulas e a renovação de contratos dos temporários.
(FT)
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