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Ex-diretores do Detran viram alvo de ação
Eles são acusados pela Promotoria de terceirizar irregularmente serviço de emplacamento de veículos entre 1994 e 2005
Ex-diretores, empresas e ex-secretário-adjunto da Segurança precisam devolver R$ 363 mi ao Estado, diz promotor
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO
O Ministério Público ingressou com ação civil na
qual acusa cinco ex-diretores
do Detran, nove donos de
empresas e um ex-funcionário do alto escalão do governo paulista de irregularidades no emplacamento de veículos entre 1994 e 2005.
Na ação, que tem o ex-secretário-adjunto da Segurança Pública Luiz Antonio Alves de Souza (1995-1999) entre os alvos, o promotor Roberto Antonio de Almeida
Costa pede a condenação de
todos eles por improbidade
administrativa (mau uso do
dinheiro público), além do
ressarcimento ao erário de
pelo menos R$ 363 milhões.
A indenização pode ficar
ainda maior, pois o valor citado será recalculado pela
Justiça ao final do processo
caso o juiz Randolfo Ferraz
de Campos, da Fazenda Pública, condene os acusados.
RESPONSABILIDADES
A linha principal da acusação da Promotoria foca o
contrato de 1994 entre o Detran e três empresas. Naquela época, o departamento de
trânsito estadual era dirigido
pelo delegado Cyro Vidal.
De acordo com o Ministério Público Estadual, Vidal
contratou as empresas e delegou a elas o serviço de emplacamento de veículos mesmo com um parecer contrário do governo do Estado.
"Essas atividades em si,
integradas à chamada polícia de trânsito, são de responsabilidade de órgãos e
servidores da administração
direta e indelegáveis a terceiros", diz um trecho do parecer do governo de 1993 repetido pelo promotor na ação.
Além de contratar as empresas irregularmente, segundo o Ministério Público,
foi dado a elas uma isenção
de pagamentos de taxas. Essa medida só seria possível
mediante aprovação de lei.
De 1994 até 2005, segundo
o documento, os contratos
foram renovados de forma irregular e até de forma verbal.
LIGAÇÕES
O promotor cita ainda supostas ligações entre os ex-diretores do Detran com as
empresas. "Salta aos olhos o
jogo de interesses", afirma.
Além dessa ação, o Ministério Público tem mais investigações envolvendo outras
administrações do Detran
"em razão de notícia de fraude à licitação" e superfaturamento em contratos.
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