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Cidades como Santos e Porto Alegre também serviram de modelo por possuírem procedimentos para legalização de favelas
Regularização em Salvador é citada pelo PT
DA AGÊNCIA FOLHA
Em menos de um ano, 6.000
moradores que ocupavam áreas
públicas municipais em Salvador,
administrada pelo PFL, tiveram
lotes ou casas legalizados (com escritura), em projeto citado pela
equipe do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva como modelo.
Para requerer a concessão especial, os moradores precisam comprovar que moram no terreno público há pelo menos cinco anos
(contados até julho de 2001), ter
renda familiar máxima de R$
1.200 e ocupar um lote com área
máxima de 250 m2.
"Para facilitar a realização do
projeto, a prefeitura elaborou um
programa de desburocratização.
Como prova da posse, aceitamos
recibos de água ou energia ou até
uma declaração do proprietário,
desde que endossada por vizinhos
ou associação de moradores",
afirmou o secretário da Habitação
de Salvador, Fernando Medrado.
De acordo com o secretário, técnicos da prefeitura visitaram cerca de 200 bairros periféricos com
terrenos públicos municipais para cadastrar os moradores.
"O morador paga R$ 20 para registrar o terreno em um cartório.
Depois, ele pode fazer o que quiser, até vendê-lo."
Porto Alegre
A Prefeitura de Porto Alegre,
que desde 1992 realiza um programa de regulamentação habitacional, conseguiu, com apoio da comunidade, evitar que pessoas de
fora se aproveitassem.
O diretor do Demhab (Departamento Municipal de Habitação),
Flávio Helmann, diz que não houve problemas nas quatro vilas
centrais (Planetário, Lupicínio
Rodrigues, das Placas e Renascença) que foram completamente urbanizadas, com edificações, saneamentos e registro legal, beneficiando cerca de mil famílias.
Estão para ser implementadas
urbanizações completas, neste
ano, nas vilas Zero Hora e Central.
Além dessas vilas (favelas), foram
urbanizados -não completamente- outros 102 núcleos irregulares nos últimos 14 anos. Um
total de 50 mil pessoas está incluído no projeto. No total, a capital
gaúcha tem cerca de 300 mil habitantes espalhados em 460 vilas
-cerca de 22% da população.
Santos
Moradores da favela do Dique
da Vila Gilda (periferia de Santos)
esperam solução do governo federal para trocarem por escrituras definitivas termos de ocupação provisória de onde moram.
Iniciado na administração petista da atual deputada federal e
ex-prefeita Telma de Souza (89-92) e desdobrado durante os quatro anos seguintes, na gestão de
David Capistrano (PT), o chamado projeto Dique se converteu em
referência internacional.
Apresentado em 96 como modelo na 2ª Conferência da ONU
sobre Assentamentos Humanos,
em Istambul (Turquia), o projeto
associou ações de saúde, geração
de emprego e saneamento às
obras de substituição de palafitas
por casas de alvenaria.
Os atuais termos de ocupação
têm valor legal, mas não são aceitos pelos cartórios para fins de registro da propriedade. Embora a
área de mangue onde está a favela
tenha sido cedida pela União para
a prefeitura, a regularização definitiva, segundo o presidente da
Cohab Santista, Frederico Karaoglan, depende da SPU (Secretaria
do Patrimônio da União), órgão
do Ministério do Planejamento.
Até o final deste mês, o projeto
contará com 585 unidades habitacionais concluídas, informou Karaoglan.
(LUIZ FRANCISCO, LÉO GERCHMANN e FAUSTO SIQUEIRA)
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