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Empresas fizeram lobby para adiar entrada em vigor do Código Civil
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo sofreu uma forte
pressão para adiar a entrada em
vigor do Código Civil por parte de
escritórios de advocacia que representam grandes empresas. A
sugestão era para que uma medida provisória fosse editada e
adiasse por 90 dias a vigência da
nova legislação.
Houve nesta semana um momento em que o governo de Luiz
Inácio Lula da Silva esteve propenso a atender o pedido das empresas. Prevaleceu a palavra final
de Lula, que não quis essa via.
Os advogados argumentam
que, com o novo Código Civil, o
capital estrangeiro que entrar no
país não poderá mais ser abrigado
em empresas "limitadas". A porta
de entrada será em empresas do
tipo "sociedade anônima".
Segundo empresários, manter
empresas "S/A" é mais caro. Além
disso, a "S/A" é obrigada a publicar seus balanços anualmente. No
Brasil, estima-se que 47% das empresas sejam "limitadas" e 3%, sociedades anônimas. As demais seriam firmas individuais.
Segundo relatório recebido pelo
governo, o novo Código Civil terá
impacto negativo sobre o terceiro
setor, entidades sem fins lucrativos. As OSCIPs (Organizações da
Sociedade Civil de Interesse Público) não poderiam mais também ter fins econômicos. Essa nova norma impediria algumas entidades de receberem dinheiro para
executar serviços repassados pelo
governo -prática hoje comum.
No entanto, ficou decidido
manter a data de vigência do Código Civil para o dia 11. Para empresas de capital estrangeiro que
são "limitadas", a legislação prevê
12 meses para adaptação. As
ONGs poderão receber pagamentos, mas em forma de doação.
Se o Código Civil afugentar o capital externo ou prejudicar em demasia as ONGs, segundo a Folha
ouviu dentro do governo Lula,
uma nova lei será proposta.
(FR)
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