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Estratégia esconde culpado, afirma advogado
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o advogado Maurício
Alexandrino Souza, que defende um segurado em uma
ação contra a Real Seguros e
o Iapa em Salvador (BA), as
supostas medidas de segurança adotadas pelas duas
instituições são uma estratégia para esconder os responsáveis por falsas perícias.
Souza entrou com uma
ação em favor do motorista
Carlos Alberto Batista, 49.
Seu carro, um Monza 85, que
tinha um kit gás, pegou fogo
em 2002. Com laudo do Iapa,
a Real afirmou que Batista
incendiou seu veículo para
receber o seguro.
O Iapa é um dos processados. O problema começou,
segundo o advogado, na citação judicial do instituto.
"O laudo não tinha endereço, não tinha nada", afirmou.
Souza diz que começou, então, uma busca pela localização do instituto.
"Não tinha como conseguir esse endereço em São
Paulo. A própria seguradora
se negava a dar essa informação. Buscamos na lista telefônica, Junta Comercial de
Salvador, Receita Federal, e
nada", afirma o advogado.
Souza diz que, pelo site do
Iapa informado no laudo, foi
enviado um e-mail pedindo
informações.
"Na resposta, perguntaram qual era o motivo e depois disseram que qualquer
tipo de informação só seria
fornecida pela Real Seguros",
afirma o advogado.
Souza diz que só depois
dessa pressão a Real apresentou na Justiça o contrato
social da empresa cujo Iapa
está vinculado, mas que não
aparece identificada nas perícias. O Iapa é apenas uma
marca, registrada no Inpi
(Instituto Nacional de Propriedade Industrial).
O motorista afirma que
funcionários da Real o intimidaram, por telefone, afirmando que o acidente era
criminoso e que ele poderia
ser preso. A Real não representou contra ele.
Com a perda do carro, o
motorista diz que não conseguiu pagar suas dívidas e seu
nome foi incluído no SPC
(Serviço de Proteção ao Crédito). "Eu usava meu Monza
para fazer translado do aeroporto, transportava turistas.
Era o meu ganha-pão. Fiquei
quebrado. Até hoje eu estou
no vermelho", disse Batista.
De acordo com o gerente
jurídico da seguradora, Carlos Barbosa, o laudo identificou elementos químicos usados para incendiar o carro.
"O cara tacou fogo do carro.
Eu vou sujar o nome da Real
por causa de um Monza 85?",
questiona.
(GP)
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