São Paulo, sexta-feira, 09 de abril de 2004

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PR e RJ tiveram problemas recentes

DA REPORTAGEM LOCAL

Problemas epidemiológicos em conseqüência de contaminação da água para abastecimento são raros, principalmente em cidades servidas por grandes companhias de saneamento. Mas eles existem.
Nos poucos casos registrados, a principal contribuição de uma fiscalização maior por parte do poder público seria a rapidez na identificação da irregularidade -o que possibilitaria reduzir o número de pessoas afetadas.
Entre 2001 e 2002, por exemplo, os municípios de Antonina e Santa Isabel do Ivaí, no Paraná, tiveram surtos de diarréia e toxoplasmose, respectivamente, por causa da contaminação da água distribuída pelas empresas municipais.
No caso de Santa Isabel, a "culpa" parece ter sido de gatos encontrados ao lado do reservatório da cidade de cerca de 9.000 habitantes. A tese é que as fezes deles levaram para a água os parasitas que transmitem a toxoplasmose, doença que, quando severa, pode causar lesões no cérebro e nos olhos e, no caso de fetos infectados, deficiências física e mental.
De novembro de 2001 a janeiro de 2002, cerca de 600 pessoas procuraram a unidade de saúde da cidade com sintomas de toxoplasmose. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, foram confirmados 327 casos, e as conseqüências não foram piores porque houve uma reação rápida.
O mesmo ocorreu em Antonina, onde um surto de diarréia causada por um protozoário presente na água atingiu, em uma única semana, mais de 600 dos cerca de 21 mil moradores.
A Secretaria de Estado da Saúde avaliou que a contaminação da água ocorreu em razão de rompimentos na rede de distribuição, mas viu o fato como um acidente.
Já no Rio de Janeiro, em fevereiro deste ano, moradores de Vargem Grande (zona oeste) ficaram dias sem água encanada por causa da contaminação do sistema local de abastecimento por coliformes fecais, carregados de ocupações próximas ao reservatório pelas chuvas que atingiram a cidade. Não houve, porém, registro de problemas de saúde por isso.
A Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) diz que havia analisado a água do reservatório uma semana antes e não constatara irregularidades. (MV)


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