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Por causa das dificuldades, órgãos públicos de saúde têm de priorizar municípios e áreas de maior risco
Secretarias relatam avanços progressivos
DA REPORTAGEM LOCAL
Embora defendam que o cumprimento total da portaria 1.469 é
de fundamental importância para
a saúde pública, as secretarias estaduais e municipais ouvidas pela
Folha apontam dificuldades financeiras e de estrutura e pessoal
para fazer tudo o que a norma determina. Ao mesmo tempo em
que relatam avanços progressivos
nesse sentido, afirmam que a portaria é "de Primeiro Mundo", mas
o sistema de saúde, não.
Um dos coordenadores da elaboração da norma, Silvano Silvério da Costa, presidente da Assemae (associação dos serviços municipais de saneamento), admite
que o prazo de dois anos dados
aos municípios para se aparelhar
a fazer a fiscalização foi pouco.
Ele disse não ter se surpreendido com os resultados da pesquisa
do Idec, mas que o setor de saneamento e o de saúde "estão se movimentando", e a portaria não deverá virar letra morta.
Na cidade de São Paulo, nas 31
subprefeituras, são feitas ao menos quatro amostragens próprias
de água por mês, afirma Helena
Magozo, da Vigilância Ambiental
da Coordenadoria de Vigilância
em Saúde do município. A prioridade é dada às fontes alternativas
e a locais em que costuma haver
intermitência no abastecimento.
Magozo diz que a entrada tardia
da cidade no SUS (Sistema Único
de Saúde) atrasou a estruturação
do controle da qualidade da água.
No Paraná, a Secretaria de Estado da Saúde afirma não receber
relatórios de qualidade da água de
apenas 33 das 399 cidades. "Apesar de não cumprirmos tudo, não
há gente morrendo por aí por
causa de água contaminada", diz
Luiz Celso Rubio, da Divisão de
Saneamento Ambiental.
Em Santa Catarina, são priorizados os municípios que têm
mais problemas, inclusive os da
Grande Florianópolis -15 cidades, das 293, são cobertas, afirma
Denise dos Santos Lopes, da Diretoria de Vigilância Sanitária do
Estado. Segundo ela, o maior problema é a estrutura laboratorial
insuficiente. Neste ano, o número
de laboratórios no Estado deve
aumentar de cinco para oito.
Apesar de o Idec dizer não ter
recebido respostas da cidade do
Rio de Janeiro, a Vigilância Sanitária Municipal informou que faz
160 amostras mensais, começará
a auditar os processos da Cedae
em julho e tem cadastro parcial
das fontes alternativas. Já a Secretaria de Estado da Saúde do Rio,
disse, via assessoria de imprensa,
que desde 2003 tem um trabalho
integrado com os municípios.
As maiores empresas de saneamento (Cedae no Rio e Sabesp em
São Paulo) afirmam, por sua vez,
que a ajuda dos órgãos públicos
no controle é bem-vinda, mas
ambas dizem que já investem pesado para garantir a qualidade da
água por elas distribuída.
(MARIANA VIVEIROS)
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