São Paulo, sábado, 09 de abril de 2011

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A cada 338 abordagens, 1 viciado é internado

Desde 2009, foram para tratamento 404 usuários de droga da cracolândia

Menos de um dia após operação policial na região, cerca de 200 dependentes usavam crack no meio da rua


JOSÉ BENEDITO DA SILVA
JULIANNA GRANJEIA

DE SÃO PAULO

A Prefeitura de São Paulo precisa fazer, em média, 338 abordagens na cracolândia, região central, para conseguir uma internação de usuário de drogas. Desde julho de 2009, quando iniciou a Ação Integrada Centro Legal, os agentes de saúde fizeram 136,7 mil abordagens e internaram 404 viciados.
Foram feitos ainda 8.723 encaminhamentos a unidades de saúde, como os Caps (Centros de Apoio Psicossocial), que dão assistência ao usuário, mas não o internam.
A internação depende da concordância do usuário. Na área atuam hoje, segundo a prefeitura, 110 profissionais de saúde. A estimativa da PM é que 800 viciados em crack perambulam pela região, que abrange partes da Luz, Campos Elíseos e República.
Entre a noite de anteontem e a madrugada de ontem, a Polícia Civil fez uma grande operação na área. Sete foram presos, 70 pedras de crack foram apreendidas e os viciados sumiram das ruas.
O sumiço durou menos de um dia -no final da tarde de ontem, a Folha viu cerca de 200 deles consumindo crack aglomerados no meio da rua no cruzamento da alameda Dino Bueno e rua Helvétia.
"Durante a operação, foi orientado sobre o encaminhamento [para tratamento], mas há uma resistência muito grande por parte do usuário em se tratar", disse o delegado Kleber Antônio Torquato Altale, titular da 1ª Delegacia Seccional do centro.
A dificuldade com os viciados se soma a outras enfrentadas pela prefeitura para tentar recuperar a região.
A intervenção mais ambiciosa, o projeto Nova Luz, que pretende revitalizar a região, ainda não conseguiu concluir o seu plano urbanístico e teve duas audiências públicas sob protestos.


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