DA REPORTAGEM LOCAL

De cada quatro empreendimentos incubados pela Prefeitura de São Paulo, um não conseguiu sobreviver. É esse o resultado, até agora, do Oportunidade Solidária, um dos programas chamados de emancipatórios da cidade.
Dos 400 empreendimentos montados, 299 funcionam. Os outros fecharam as portas. No mesmo período, o governo do Estado incubou 546 negócios.
No âmbito municipal, das cooperativas que funcionam, a própria prefeitura afirma que muitas não têm demanda estável e que as "pessoas vivem delas, mas ainda vivem possivelmente muito mal".
Um desses empreendimentos é o Restaurante Diferente, em funcionamento há quatro meses no Jardim São Luís (zona sul), comandado por seis ex-beneficiados do Começar de Novo.
"Ficamos um ano vendendo marmitas e agora montamos o restaurante. Todo mundo está feliz", diz Juraci Aparecido da Silva, 48. Ex-metalúrgico, Silva foi demitido aos 39 anos e não mais conseguiu emprego. Passou a viver da venda de sacos de lixo de porta em porta. "Já dá para tirar R$ 130 por mês com o restaurante. É mais do que com os sacos."
Os sócios estão pagando as parcelas do empréstimo de R$ 5.000 que tomaram do São Paulo Confia, o banco do povo municipal. No total, no entanto, o banco emprestou até agora pouco mais de 10% do que o governo pretendia conceder na gestão de Marta.
A prefeitura afirma que o programa não conseguiu ter um desempenho melhor porque não contou com a adesão dos governos estadual e federal.
O Estado, por sua vez, sustenta que a administração municipal quis fincar a sua bandeira na cidade sem tentar um acordo operacional com o Banco do Povo Paulista e, depois, passou a pleitear que o governo tucano aportasse dinheiro em sua iniciativa.
Em número de créditos -muitos beneficiados tomaram mais de um-, o municipal São Paulo Confia somou 17.788 operações. Nesse mesmo período, o banco do povo do governo estadual assinou 59.456 contratos nos demais municípios paulistas. (SC e SI)


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