DA REPORTAGEM LOCAL

A única tentativa direta do governo municipal de inserção dos beneficiados da transferência de renda no mercado de trabalho tem resultados bem reduzidos.
Trata-se do programa São Paulo Inclui, que se propõe a fazer a intermediação entre esse estoque de mão-de-obra ociosa e as empresas que possam contratá-la.
Desde outubro de 2001, num universo de mais de 1 milhão de desempregados, o SP Inclui conseguiu colocar 1.467 pessoas em postos de trabalho assalariado. O Centro de Solidariedade ao Trabalhador da Força Sindical consegue emprego, por ano, para 59,9 mil pessoas. O governo estadual, para 122 mil em todo o Estado.
"Pequeno eu acho que ele [o programa] é, mas nós estamos trabalhando com o cara que não tem dinheiro para ir à Força. É aquele que acorda de manhã e não tem dinheiro para viver hoje. Esse nenhuma outra política atende. Tem pouca experiência, nível baixo de escolaridade. Esse cara não vai ter mais espaço se a economia não voltar a crescer 5%, 6% ao ano [o crescimento do PIB foi negativo no ano passado]. Programas de combate à pobreza e à exclusão não serão movidos pelo emprego assalariado", diz o secretário Marcio Pochmann.
Para tentar incentivar a criação de empregos, o governo criou o último de seus programas: o Desenvolvimento Local. A idéia é fortalecer as relações de produção nas regiões e entre alguns setores. A prefeita anunciou que o objetivo era criar 220 mil novos postos de trabalho até 2004, quando os fóruns deveriam estar organizados em todas as subprefeituras.
Atualmente, eles existem em 3 das 31 regiões e para sete setores -jóias, têxtil, madeireiro, hoteleiro, ensino superior, tintas e transporte de cargas.
No ano passado, em toda a cidade, foram criados 280.111 empregos -mas não há estudo que mostre o reflexo do Desenvolvimento Social sobre esse cenário.
"O Desenvolvimento Social expressa nosso desejo de que os programas sociais se vinculem às cadeias produtivas e ajudem a organizar a sociedade", afirma Pochmann. (SC)


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