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Professora tirou 1 feto para poder salvar os outros 2
DA REPORTAGEM LOCAL
Decisões difíceis sempre
permearam a vida da professora universitária Rosimary
Longo, 52. Mas nenhuma
custou tanto quanto a de, há
três anos, grávida de trigêmeos, decidir por tirar a vida
de um filho para que os outros dois tivessem chances
de sobreviver.
Rosimary demorou para
ser tocada pelo desejo da
maternidade. Até os 44 anos,
ela conta ter investido os
seus dias em estudos -fez
mestrado e doutorado, o último na Inglaterra-, na
profissão e em viagens.
A partir daí, a vida deu
uma guinada. Pediu demissão da Embrapa (Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e resolveu abrir
uma consultoria na área de
transferência de tecnologia.
As mudanças também
chegaram na vida pessoal.
No dia 12 de julho de 1997
("jamais poderia esquecer
essa data"), ela diz ter conhecido pela internet o homem
que, um ano depois, viria a
ser seu marido. "Encostei
um caminhão na porta da
minha casa em Brasília e me
mudei para São Paulo."
Daí para desejar um filho
foi um passo. Mas Rosimary
sabia das dificuldades. Aos
48 anos, teve de recorrer à
reprodução assistida. Durante um ano, fez três ciclos
de tratamento na clínica
Huntington (SP) até conseguir a gravidez. "Tenho dívidas até hoje", relata, sem
mencionar valores.
No dia 4 de setembro de
2001, teve a confirmação da
gravidez. "Me sentia nas nuvens", lembra. Dias depois, o
estado etéreo foi triplicado
quando foi informada de
que esperava trigêmeos.
Mas o médico que a acompanhava foi categórico: era
preciso fazer uma redução
embrionária porque, em razão da idade e de possuir um
mioma uterino, tinha muitas chances de perder todos
os bebês. A redução, ilegal
no país, consiste em aspirar
um dos embriões.
"Fiquei desesperada, chorei dias seguidos, mas não tive escolha", diz a professora,
mãe de Bruno e Lucas, 2.
Ainda assim, os bebês nasceram prematuros, com 30 semanas de gestação, e permaneceram um mês na UTI
neonatal para ganhar peso.
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