São Paulo, sábado, 09 de maio de 2009

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Anvisa multou empresas aéreas 12 vezes no Rio; OMS diz que zelo em voos não barra vírus

DA SUCURSAL DO RIO

O escritório da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim já multou 12 vezes companhias aéreas por descumprirem os procedimentos definidos para evitar a entrada da gripe A (H1N1) no país. De acordo com Marcelo Felga, coordenador de portos, aeroportos e fronteiras da Anvisa no Rio de Janeiro, as multas se referem, principalmente, à não leitura das informações sobre a doença dentro dos aviões. Houve também, disse ele, falhas no procedimento de desinfecção das aeronaves e recolhimento do lixo dos aviões provenientes de países afetados.
Ele não detalhou quantos casos de cada irregularidades ocorreram nem quais foram as companhias aéreas que cometeram as infrações, bem como o valor das multas aplicadas. Segundo Felga, os comandantes de todos os voos -nacionais ou internacionais- devem ler as informações sobre a doença para que passageiros com os sintomas se apresentem voluntariamente.
Caso isso ocorra, o piloto deve comunicar a torre, que alerta a Anvisa. O desembarque, nesses casos, deve ocorrer em área aberta -sem que o avião se conecte ao finger (corredor que liga o terminal e o avião). Em caso de identificação de algum caso suspeito, os passageiros da fileira em que estava o paciente e das duas anteriores e duas posteriores são atendidos no Centro de Triagem do aeroporto. Eles são orientados a procurar atendimento médico caso apresentem sintomas.
Caso a suspeita só seja detectada dias após o desembarque, o Ministério da Saúde solicita às empresas a Declaração de Bagagem Acompanhada (DBA) com os dados dos passageiros próximos ao paciente para tentar localizá-los. Há ainda distribuição de folhetos na área de desembarque internacional.
"A pessoa pode não ter sentido nenhum sintoma, mas, caso venha a sentir, foi informada das diversas maneiras", disse o coordenador da Anvisa.

Paliativo
A vigilância em aeroportos pode até adiar, mas não é capaz de conter a propagação da doença causada pelo vírus A (H1N1). A avaliação é da Organização Mundial da Saúde. A entidade crê que não é mais possível conter o vírus e que tais medidas causam mais transtorno que resultados.
Desde o primeiro alerta sobre o vírus, a OMS não recomenda restrição a viagens, fechamento de fronteiras ou exame de passageiros. "O controle é muito difícil. As pessoas no início da doença podem não ter sintomas", disse Sylvie Briand, diretora do Programa Global de Influenza (gripe) da OMS.
Colaborou MARCELO NINIO, de Genebra



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