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Polícia não acha laboratório para fazer os exames
DA ENVIADA ESPECIAL
As vísceras de sete pessoas
que morreram após ingerir o
Celobar ainda não foram enviadas para análise. A polícia
de Goiás não encontrou laboratório que faça o exame.
Segundo o superintendente da Polícia Técnico-Científica do Estado, Décio Ernesto de Azevedo Marinho, a
principal dificuldade é o fato
da maior parte do material
ter sido conservado em formol. Laboratórios consultados não aceitam as amostras
que foram guardadas dessa
maneira. Ele não quis revelar
o nome dos órgãos procurados e confirmou apenas que
há negociações em São Paulo e Brasília. A polícia estuda
ainda a possibilidade de enviar o material ao exterior.
O que não está no formol,
já em estado de decomposição, é conservado com refrigeração, diz ele.
O Celobar é suspeito de
causar a morte de pelo menos 21 pessoas em todo o
país, 15 no Estado de Goiás
-onde ficou concentrada a
maior parte do lote contaminado. Outras 105 pessoas teriam passado mal e sobrevivido no Estado.
Já há evidências clínicas e
epidemiológicas de que o
Celobar possa ter matado
por intoxicação. As evidências clínicas: são sintomas
condizentes com envenenamento por carbonato de bário, como diarréia, dores de
cabeça, paralisia, convulsões. As epidemiológicas: as
provas encontradas de que
as vítimas efetivamente tomaram o lote da droga em
que havia altas quantidades
de substâncias tóxicas.
"O exame de vísceras poderia indicar até a forma como ocorreu a absorção. É a
marca do crime", afirma
Marinho. Se detectada a presença de carbonato de bário
no estômago dos pacientes,
haveria prova mais contundente do nexo entre as mortes e a ingestão do contraste.
As famílias aguardam o resultado do exame para tomar providências na Justiça.
"Faz mais de 15 dias e ainda
não sabemos de nada", diz
Jorge Torres Azevedo Ferreira, marido de uma das vítimas.
(FL)
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