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São Paulo, segunda-feira, 09 de junho de 2003

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Polícia não acha laboratório para fazer os exames

DA ENVIADA ESPECIAL

As vísceras de sete pessoas que morreram após ingerir o Celobar ainda não foram enviadas para análise. A polícia de Goiás não encontrou laboratório que faça o exame.
Segundo o superintendente da Polícia Técnico-Científica do Estado, Décio Ernesto de Azevedo Marinho, a principal dificuldade é o fato da maior parte do material ter sido conservado em formol. Laboratórios consultados não aceitam as amostras que foram guardadas dessa maneira. Ele não quis revelar o nome dos órgãos procurados e confirmou apenas que há negociações em São Paulo e Brasília. A polícia estuda ainda a possibilidade de enviar o material ao exterior.
O que não está no formol, já em estado de decomposição, é conservado com refrigeração, diz ele.
O Celobar é suspeito de causar a morte de pelo menos 21 pessoas em todo o país, 15 no Estado de Goiás -onde ficou concentrada a maior parte do lote contaminado. Outras 105 pessoas teriam passado mal e sobrevivido no Estado.
Já há evidências clínicas e epidemiológicas de que o Celobar possa ter matado por intoxicação. As evidências clínicas: são sintomas condizentes com envenenamento por carbonato de bário, como diarréia, dores de cabeça, paralisia, convulsões. As epidemiológicas: as provas encontradas de que as vítimas efetivamente tomaram o lote da droga em que havia altas quantidades de substâncias tóxicas.
"O exame de vísceras poderia indicar até a forma como ocorreu a absorção. É a marca do crime", afirma Marinho. Se detectada a presença de carbonato de bário no estômago dos pacientes, haveria prova mais contundente do nexo entre as mortes e a ingestão do contraste.
As famílias aguardam o resultado do exame para tomar providências na Justiça. "Faz mais de 15 dias e ainda não sabemos de nada", diz Jorge Torres Azevedo Ferreira, marido de uma das vítimas. (FL)


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