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MEMÓRIA DA DOR
Após a morte, casa ficou "vazia"
DA ENVIADA ESPECIAL
A casa que Jorge Torres
Azevedo Ferreira comprou há
um ano e meio dá os fundos
para uma praça gramada,
com bancos e árvores, lugar
para piquenique. Quem entra
na casa só ouve pássaros cantando, baixinho, lá no fundo.
Em todos os ambientes, o
toque feminino. Enfeites na
mesinha de centro. O altar no
canto direito "diagramado".
Flores nos vasos.
Na cozinha, sua mulher organizou os potes de vidro,
com frutas e flores modeladas
em Durepox. "Ela que fazia.
Tinha a mão muito boa", diz o
filho Regis Azevedo, 25.
No quintal, há um vaso remexido, com as pedras no
chão. Rejane Lapolli Azevedo,
51, morreu antes de terminar
de arrumar a planta no vaso,
uma espada de São Jorge.
"Ela estava em lua-de-mel
com a casa", conta o marido.
A piscina ganhou mini vasos
no paredão adjacente. Pretendiam derrubar uma parede da
sala para dar visão ao jardim.
"Um casão desse ficou vazio",
afirma Jorge.
O silêncio só é quebrado pelo telefone, que não pára de
tocar. O advogado, que hoje
trabalha como representante
comercial, virou referência
para outras vítimas e famílias.
Querem saber o que fazer.
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