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Grávida que perdeu bebê no Rio pediu ajuda a 2 ambulâncias
Os motoristas disseram que só poderiam levá-la caso o médico determinasse; ela seguiu, então, de van
DA SUCURSAL DO RIO
A grávida cuja filha nasceu
morta na última quinta-feira
após não ser atendida no hospital Miguel Couto, no Rio, disse
ontem à polícia que seu marido
pediu a motoristas de duas ambulâncias do local que a levassem até a maternidade, mas
eles disseram que só poderiam
transportá-la caso o médico assim determinasse.
Como o médico alegou que
não havia vagas, ela foi de van à
maternidade, onde perdeu o
bebê. O médico, ao dispensá-la,
ainda escreveu em seu braço o
número do ônibus que deveria
pegar para ir à maternidade.
Manuela Costa, 29, estava
grávida de sete meses e havia
feito quatro consultas durante
o período pré-natal, sem constatar anormalidades, quando
sentiu fortes contrações, às 7h
da última quinta.
Moradora da favela da Rocinha, ela foi ao hospital mais
perto -o Miguel Couto, na Gávea (zona sul).
Segundo contou à polícia, um
médico a examinou -teria ouvido o coração do bebê-, chegou a constatar que ela poderia
ter parto prematuro, receitou
medicação e indicou que ela
procurasse uma maternidade.
"Ela contou que, ao sair, viu
duas ambulâncias e seu marido
pediu aos motoristas que a
transportassem. Os motoristas
disseram que não poderiam fazer isso sem ordem superior, e
então eles foram de van", disse
a delegada Tércia Amoêdo, que
investiga o caso.
Os primeiros exames na outra maternidade já constataram que o bebê estava morto,
segundo a polícia. "O mais provável é que no caminho tenha
havido descolamento da placenta, o que causou hemorragia
e a morte do bebê."
A delegada disse ainda que
não considera ilícita a conduta
dos motoristas. Ela vai ouvir o
médico hoje e pretende indiciá-lo por omissão de socorro com
agravante de resultar em morte. A pena máxima é de 18 meses de prisão.
A Secretaria Municipal da
Saúde do Rio afirma que o médico agiu por conta própria,
sem respeitar orientação da
prefeitura, e que o investiga por
meio de sindicância.
A reportagem não conseguiu
localizar o médico.
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