DA REPORTAGEM LOCAL

Um ônibus que transportava cerca de 40 estudantes, muitos deles adolescentes, foi atacado em Ibiúna (64 km de SP), por volta das 23h de anteontem.
A violência da ação assustou os passageiros. O ônibus foi cercado por três homens em um Corsa prata que deram um tiro no veículo quando os jovens ainda não tinham descido. Muitos saíram correndo, deixando bolsas dentro do coletivo. Ele foi incendiado logo em seguida. Ninguém ficou ferido.
Flávio Furtado, dono da viação Cidade Ibiúna, diz que já havia ocorrido outros dois ataques à sua frota desde maio, mas nunca com tanta agressividade. Na noite de ontem foi programada uma escolta policial dos ônibus no município para que eles pudessem rodar.
Os ataques aos ônibus tiveram ontem um dia de trégua na maioria das regiões, mas alguns passageiros ainda foram prejudicados na capital, principalmente na zona leste. À noite, algumas linhas municipais e intermunicipais recolheram veículos para as garagens.
Também houve alguns atrasos em empresas de ônibus, segundo sindicalistas. Os mais prejudicados são os usuários que precisam do transporte em horários de pouco movimento, como a madrugada e a noite.
A partir das 20h, seis linhas de perueiros da região de Paraisópolis, na zona sul, também deixaram de operar, alegando ameaças e medo de atentados.
Perueiros diziam não poder garantir a normalidade hoje caso houvesse novas ameaças.
A Secretaria Municipal dos Transportes informou que a presença de policiais à paisana e a ajuda da GCM (Guarda Civil Metropolitana) permitiram a retomada dos serviços. A prefeitura diz que 29 ônibus foram danificados desde anteontem -22 incendiados. (FERNANDA BASSETTE e ALENCAR IZIDORO)

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