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PT quer processar Saulo por acusações feitas na televisão
ROGÉRIO PAGNAN
MATHEUS PICHONELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT de São Paulo informou
ontem que entrará com uma
notícia crime de calúnia, injúria e difamação contra o secretário da Segurança de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho,
que acusou o partido político
de ter participação nos ataques
feitos pelo PCC nesta semana.
As acusações do secretário,
feitas anteontem no programa
"Canal Livre", da Rede Bandeirantes, foram além das insinuações feitas pelo presidente do
PFL, Jorge Bornhausen (SC), e
do candidato ao governo de São
Paulo, José Serra (PSDB). O
primeiro alegou ter desconfianças do elo entre PT e PCC, e
o tucano afirmou haver indícios (dias depois recuou). O secretário disse que há provas.
"Isso aí é uma ação contra o governo, pra desmoralizar, em
época de eleição. Tá na cara, isso é evidente, nós temos até
prova." Questionado pelos entrevistadores do programa sobre quem estaria por trás dos
ataques, respondeu: "O PT".
"Ele tem que ser o promotor
da paz, usar seu poder de polícia para combater o crime e não
para combater seus adversários
políticos, o que é uma lástima e
uma irresponsabilidade", disse
o presidente do PT paulista,
Paulo Frateschi, por meio da
assessoria de imprensa.
O partido também defendeu
o afastamento do secretário do
cargo. O ex-secretário de
Transporte de Marta Suplicy,
Jilmar Tatto, outro citado por
Saulo, disse que também vai
processar o secretário pelas insinuações. Na TV, o secretário
afirmou: "Você já reparou nas
coincidências? Os dois únicos
veículos queimados em São
Paulo pertencem exatamente a
essas cooperativas ligadas e esse secretário [Tatto]."
A Secretaria da Segurança
Pública foi procurada para comentar o assunto, mas não
houve resposta.
Candidatos
Logo pela manhã, em entrevista a rádio Bandeirantes, o
candidato petista Aloizio Mercadante anunciava a intenção
do partido de processar o secretário pelas afirmações.
"Pouca gente leva a sério o
secretário da Segurança Pública de São Paulo. Nós levamos a
sério esse tipo de declaração.
Ele vai ter que responder na
Justiça pelas afirmações que
fez. São muito graves."
Já o candidato Orestes Quércia (PMDB), em visita a Mauá,
na grande São Paulo, também
fez críticas a Saulo e ao ex-governador Geraldo Alckmin
(PSDB). "Já sentei naquela mesa e posso dizer que o governador sabe tudo o que acontece
no Estado de São Paulo. Não dá
para dizer que [a série de ataques] foi uma surpresa."
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