São Paulo, quarta-feira, 09 de agosto de 2006

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300 carros da PM ficam parados em pátio

Um dia após entrega de 433 novas unidades, veículos não saíram de duas áreas na capital por falta de peças e gasolina

Reportagem sobrevoou os locais na zona norte e no centro e constatou que vários estavam sem uso ontem, 2º dia dos ataques


ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

No segundo dia de ataques atribuídos ao PCC e um dia após entregar 433 novos carros para a Polícia Militar, mais de 300 carros da corporação foram flagrados parados ontem, em dois pátios da capital.
Na cerimônia de anteontem, na frente do estádio do Pacaembu, enquanto o secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, dizia que os carros novos iriam direto para as ruas, soldados da PM foram obrigados a estacionar alguns dos novos veículos de forma que formassem o mapa de São Paulo. Ontem, alguns policiais disseram que, com os mais de 300 veículos parados, não seria difícil reproduzir uma figura alusiva ao mapa do Brasil.
Três soldados ouvidos ontem pela reportagem disseram que os carros da PM estão parados por falta de peças para manutenção e até por falta de combustível. Com medo de punição, os policiais pediram para não ser identificados.
Segundo eles, para comprar uma peça nova para consertar os carros, a corporação demora, em média, até três meses, "por causa da burocracia".
Na tarde de ontem, ao sobrevoar os dois pátios da PM, um deles na avenida Tiradentes, na região do bairro da Luz (centro de São Paulo), onda funciona a sede da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), e outro ao lado do Terminal Rodoviário do Tietê, na zona norte, onde fica a sede do CSM (Centro de Suprimentos de Motomecanização da PM), uma unidade de apoio da corporação, a Folha constatou inúmeros veículos da PM parados.
Entre 14h e 16h de ontem, somente no pátio da Rota, cerca de cem carros puderam ser avistados do alto. No pátio do CSM, onde existem tanques de combustíveis da corporação, outros 280 veículos estão parados, sem nenhum uso.
A cerimônia de segunda-feira, que contou com a presença do governador Cláudio Lembo (PFL), do secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, e também com o comandante-geral da PM, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, começou horas depois de a facção criminosa PCC iniciar a terceira onda de ataques contra no Estado neste ano.
No evento, 600 PMs, incluindo 200 oficiais e integrantes de tropas especiais da corporação, ficaram perfilados durante horas ao lado dos 433 novas veículos comprados pelo governo.


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