|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
300 carros da PM ficam parados em pátio
Um dia após entrega de 433 novas unidades, veículos não saíram de duas áreas na capital por falta de peças e gasolina
Reportagem sobrevoou os
locais na zona norte e no
centro e constatou que
vários estavam sem uso
ontem, 2º dia dos ataques
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
No segundo dia de ataques
atribuídos ao PCC e um dia
após entregar 433 novos carros
para a Polícia Militar, mais de
300 carros da corporação foram flagrados parados ontem,
em dois pátios da capital.
Na cerimônia de anteontem,
na frente do estádio do Pacaembu, enquanto o secretário
da Segurança Pública, Saulo de
Castro Abreu Filho, dizia que
os carros novos iriam direto para as ruas, soldados da PM foram obrigados a estacionar alguns dos novos veículos de forma que formassem o mapa de
São Paulo. Ontem, alguns policiais disseram que, com os mais
de 300 veículos parados, não
seria difícil reproduzir uma figura alusiva ao mapa do Brasil.
Três soldados ouvidos ontem
pela reportagem disseram que
os carros da PM estão parados
por falta de peças para manutenção e até por falta de combustível. Com medo de punição, os policiais pediram para
não ser identificados.
Segundo eles, para comprar
uma peça nova para consertar
os carros, a corporação demora,
em média, até três meses, "por
causa da burocracia".
Na tarde de ontem, ao sobrevoar os dois pátios da PM, um
deles na avenida Tiradentes, na
região do bairro da Luz (centro
de São Paulo), onda funciona a
sede da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), e outro
ao lado do Terminal Rodoviário
do Tietê, na zona norte, onde fica a sede do CSM (Centro de
Suprimentos de Motomecanização da PM), uma unidade de
apoio da corporação, a Folha
constatou inúmeros veículos
da PM parados.
Entre 14h e 16h de ontem,
somente no pátio da Rota, cerca de cem carros puderam ser
avistados do alto. No pátio do
CSM, onde existem tanques de
combustíveis da corporação,
outros 280 veículos estão parados, sem nenhum uso.
A cerimônia de segunda-feira, que contou com a presença
do governador Cláudio Lembo
(PFL), do secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro
Abreu Filho, e também com o
comandante-geral da PM, coronel Elizeu Eclair Teixeira
Borges, começou horas depois
de a facção criminosa PCC iniciar a terceira onda de ataques
contra no Estado neste ano.
No evento, 600 PMs, incluindo 200 oficiais e integrantes de
tropas especiais da corporação,
ficaram perfilados durante horas ao lado dos 433 novas veículos comprados pelo governo.
Texto Anterior: Aceitar tropas seria atestado de incapacidade de SP, diz cientista Próximo Texto: Polícia diz que veículos não estão quebrados Índice
|