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Recém-inaugurada, entidade é incendiada
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
Menos de um mês após ser
inaugurado pelo governador
Cláudio Lembo (PFL), o CIC
(Centro de Integração de Cidadania) de Campinas foi invadido e incendiado na noite de anteontem por oito homens que
se identificaram a um vigia como integrantes do PCC.
Os criminosos usaram um
engradado carregado de garrafas cheias de gasolina. Um segurança do local foi despido e
apanhou durante dez minutos.
Ele foi ameaçado de morte e levou coronhadas, socos e chutes.
Lembo inaugurou o CIC em
11 de julho. Em entrevista coletiva após a inauguração, ele disse que o comando do PCC "não
domina mais" os presídios e
que a situação nas cadeias "está
sob controle". "Houve um período nos presídios em que não
havia disciplina, e eles [presos]
dominavam. Hoje não dominam mais", disse na ocasião.
Comunidade
O CIC fica no bairro Vida Nova, na periferia de Campinas, e
oferece diversos serviços como
orientação social, emissão de
carteira profissional, acesso à
internet, entre outros.
Segundo um dos dois vigias
que estavam no local e não quis
se identificar, três dos oito criminosos pularam o alambrado
e o fizeram abrir uma porta de
vidro, sob a ameaça de um revólver. Em seguida, os demais
invadiram o interior do centro.
Depois de ser despido, o vigia
foi trancado em um banheiro.
"Eles [criminosos] vinham me
bater toda hora enquanto os
outros incendiavam. Ele disseram que eram do PCC e que
queriam matar a diretora e
queimar tudo", disse o vigia.
Foram destruídos 11 computadores utilizados pelas comunidades de ao menos 17 bairros
vizinhos. Cerca de 200 pessoas
usavam o serviço diariamente.
Os criminosos também incendiaram cadeiras, mesas,
uma impressora, telefones e
ventiladores. Eles dispararam
tiros contra paredes e quebraram a porta do elevador.
Além dos dois vigias, uma secretária do CIC também estava
no local. Ela e um dos vigias se
esconderam na cozinha, embaixo da pia. "Se eles [criminosos] tivessem nos visto, com
certeza, todos seríamos mortos. O segurança que foi feito
refém jurou para eles que não
havia mais ninguém do prédio",
disse a secretária.
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