São Paulo, quarta-feira, 09 de agosto de 2006

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Recém-inaugurada, entidade é incendiada

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

Menos de um mês após ser inaugurado pelo governador Cláudio Lembo (PFL), o CIC (Centro de Integração de Cidadania) de Campinas foi invadido e incendiado na noite de anteontem por oito homens que se identificaram a um vigia como integrantes do PCC.
Os criminosos usaram um engradado carregado de garrafas cheias de gasolina. Um segurança do local foi despido e apanhou durante dez minutos. Ele foi ameaçado de morte e levou coronhadas, socos e chutes.
Lembo inaugurou o CIC em 11 de julho. Em entrevista coletiva após a inauguração, ele disse que o comando do PCC "não domina mais" os presídios e que a situação nas cadeias "está sob controle". "Houve um período nos presídios em que não havia disciplina, e eles [presos] dominavam. Hoje não dominam mais", disse na ocasião.

Comunidade
O CIC fica no bairro Vida Nova, na periferia de Campinas, e oferece diversos serviços como orientação social, emissão de carteira profissional, acesso à internet, entre outros.
Segundo um dos dois vigias que estavam no local e não quis se identificar, três dos oito criminosos pularam o alambrado e o fizeram abrir uma porta de vidro, sob a ameaça de um revólver. Em seguida, os demais invadiram o interior do centro.
Depois de ser despido, o vigia foi trancado em um banheiro. "Eles [criminosos] vinham me bater toda hora enquanto os outros incendiavam. Ele disseram que eram do PCC e que queriam matar a diretora e queimar tudo", disse o vigia.
Foram destruídos 11 computadores utilizados pelas comunidades de ao menos 17 bairros vizinhos. Cerca de 200 pessoas usavam o serviço diariamente.
Os criminosos também incendiaram cadeiras, mesas, uma impressora, telefones e ventiladores. Eles dispararam tiros contra paredes e quebraram a porta do elevador.
Além dos dois vigias, uma secretária do CIC também estava no local. Ela e um dos vigias se esconderam na cozinha, embaixo da pia. "Se eles [criminosos] tivessem nos visto, com certeza, todos seríamos mortos. O segurança que foi feito refém jurou para eles que não havia mais ninguém do prédio", disse a secretária.


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