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Avião da TAM perde a porta em pleno vôo
Pedaço da aeronave, um Fokker-100, bateu na asa e caiu sobre um supermercado na zona sul; ninguém ficou ferido
Após ouvirem um estrondo, passageiros relatam pânico nos cerca de 15 minutos até que aeronave voltasse ao aeroporto de Congonhas
CONSTANÇA TATSCH
DA REPORTAGEM LOCAL
A porta de um Fokker-100 da
TAM abriu e caiu em pleno vôo
ontem, na zona sul paulistana,
logo depois de decolar do aeroporto de Congonhas com destino ao aeroporto internacional
Tom Jobim, no Rio. Em meio
ao pânico dos 79 passageiros, a
aeronave voltou a São Paulo.
O vôo JJ 3040 teve início às
13h47. Após cerca de três minutos, houve um barulho e a porta
abriu. Depois de instantes, a
peça -de cerca de 150 quilos-
se desprendeu totalmente, bateu na asa do avião e caiu sobre
a marquise do supermercado
Extra da avenida Doutor Ricardo Jafet, no Ipiranga (zona sul).
Outra peça do equipamento,
um corrimão de ferro com cerca de um metro, caiu sobre um
motel na mesma avenida. A peça furou o teto que cobria o estacionamento de uma das suítes, mas ninguém se feriu.
Os passageiros viveram momentos de pânico. "O avião decolou e, uns cinco minutos depois, ouvimos um barulho, tipo
um estouro. Aí começou uma
ventania. Foi uma gritaria: "A
porta! a porta!". A aeromoça
que estava ao lado da porta teve
que ficar se segurando para não
voar. Todo mundo ficou desesperado, achando que o avião ia
cair", conta a carioca Camila
Silva, de 24 anos.
Os comissários de bordo explicaram aos passageiros que
não havia risco de queda pois a
aeronave ainda estava em baixa
altitude. O avião pousou em
Congonhas às 14h04. Alguns
passageiros precisaram ser
atendidos no ambulatório para
medir a pressão sangüínea e
para tomar calmantes.
Causas
A TAM afirmou, por meio de
nota, que as causas do acidente
"estão sob investigação das
equipes de segurança de vôo
das autoridades aeronáuticas e
da própria empresa".
Segundo a companhia, "não
há indícios de qualquer problema mecânico" e o avião passou
por inspeção regular em 28 de
junho passado, "estando com
sua programação de manutenção rigorosamente em dia".
O vôo estava atrasado. A decolagem estava prevista para as
10h50, mas, segundo a empresa, em razão "de problemas meteorológicos no sul", houve
atraso na malha.
Passageiros dizem ter ouvido
uma versão que justificava o
atraso do vôo "por causa de manutenção".
Supermercado
De acordo com o engenheiro
José Manuel Lapa, do Instituto
de Criminalística da Polícia Civil, não houve grandes danos à
marquise do supermercado,
que é feita de concreto.
A peça aterrissou a quatro
metros do teto que cobre o pavilhão de lojas. Segundo o perito, a estrutura, feita de metal,
não suportaria o impacto.
O forte estrondo da queda da
peça assustou as mais de 300
pessoas que estavam no supermercado. Houve corre-corre,
mas ninguém ficou ferido.
O vendedor Flávio Santos,
24, logo ligou o barulho aos ataques realizados pela facção criminosa PCC. "Pensei que fosse
um bombardeio aéreo."
O Extra não calculou prejuízos e não definiu se haverá pedido de indenização à TAM.
Colaborou o "Agora"
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