São Paulo, quarta-feira, 09 de agosto de 2006

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Avião da TAM perde a porta em pleno vôo

Pedaço da aeronave, um Fokker-100, bateu na asa e caiu sobre um supermercado na zona sul; ninguém ficou ferido

Após ouvirem um estrondo, passageiros relatam pânico nos cerca de 15 minutos até que aeronave voltasse ao aeroporto de Congonhas


CONSTANÇA TATSCH
DA REPORTAGEM LOCAL

A porta de um Fokker-100 da TAM abriu e caiu em pleno vôo ontem, na zona sul paulistana, logo depois de decolar do aeroporto de Congonhas com destino ao aeroporto internacional Tom Jobim, no Rio. Em meio ao pânico dos 79 passageiros, a aeronave voltou a São Paulo.
O vôo JJ 3040 teve início às 13h47. Após cerca de três minutos, houve um barulho e a porta abriu. Depois de instantes, a peça -de cerca de 150 quilos- se desprendeu totalmente, bateu na asa do avião e caiu sobre a marquise do supermercado Extra da avenida Doutor Ricardo Jafet, no Ipiranga (zona sul).
Outra peça do equipamento, um corrimão de ferro com cerca de um metro, caiu sobre um motel na mesma avenida. A peça furou o teto que cobria o estacionamento de uma das suítes, mas ninguém se feriu.
Os passageiros viveram momentos de pânico. "O avião decolou e, uns cinco minutos depois, ouvimos um barulho, tipo um estouro. Aí começou uma ventania. Foi uma gritaria: "A porta! a porta!". A aeromoça que estava ao lado da porta teve que ficar se segurando para não voar. Todo mundo ficou desesperado, achando que o avião ia cair", conta a carioca Camila Silva, de 24 anos.
Os comissários de bordo explicaram aos passageiros que não havia risco de queda pois a aeronave ainda estava em baixa altitude. O avião pousou em Congonhas às 14h04. Alguns passageiros precisaram ser atendidos no ambulatório para medir a pressão sangüínea e para tomar calmantes.

Causas
A TAM afirmou, por meio de nota, que as causas do acidente "estão sob investigação das equipes de segurança de vôo das autoridades aeronáuticas e da própria empresa".
Segundo a companhia, "não há indícios de qualquer problema mecânico" e o avião passou por inspeção regular em 28 de junho passado, "estando com sua programação de manutenção rigorosamente em dia".
O vôo estava atrasado. A decolagem estava prevista para as 10h50, mas, segundo a empresa, em razão "de problemas meteorológicos no sul", houve atraso na malha.
Passageiros dizem ter ouvido uma versão que justificava o atraso do vôo "por causa de manutenção".

Supermercado
De acordo com o engenheiro José Manuel Lapa, do Instituto de Criminalística da Polícia Civil, não houve grandes danos à marquise do supermercado, que é feita de concreto.
A peça aterrissou a quatro metros do teto que cobre o pavilhão de lojas. Segundo o perito, a estrutura, feita de metal, não suportaria o impacto.
O forte estrondo da queda da peça assustou as mais de 300 pessoas que estavam no supermercado. Houve corre-corre, mas ninguém ficou ferido.
O vendedor Flávio Santos, 24, logo ligou o barulho aos ataques realizados pela facção criminosa PCC. "Pensei que fosse um bombardeio aéreo."
O Extra não calculou prejuízos e não definiu se haverá pedido de indenização à TAM.


Colaborou o "Agora"

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