São Paulo, segunda-feira, 09 de agosto de 2010

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ANÁLISE

Deficiências representam falta de zelo com patrimônio e com próprio público

WALTER ROBERTO CORREIA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Os problemas encontrados nas quadras das escolas públicas podem ser analisados sob diversos aspectos.
A escola pública é um patrimônio público. A quadra, quando é deixada com deficiências ou sem manutenção, representa uma falta de zelo com o patrimônio público e com o próprio público.
Isso tem sido uma cultura nos últimos anos: o que é público não é de ninguém.
Outra questão é a de gestão. Os setores de planejamento, projetos, orçamento e licitação não atendem às demandas singulares de cada uma das cerca de 5.000 escolas estaduais em São Paulo.
Quem faz o projeto não sabe qual é a real necessidade dos colégios. As construções muitas vezes são improvisadas, projetadas sob a perspectiva da economia, não da utilização educativa.
O diálogo entre o pedagógico e o econômico não se efetiva. Investe-se da maneira menos onerosa, mas não da forma mais inteligente.
A quadra, quando tem obstáculos de acesso ou estruturas que aumentam os riscos de acidente, reflete uma falta de compreensão das especificidades daquele ambiente -o que ocorre em outros locais, como salas de aula, laboratórios e espaços de circulação.
Os espaços deveriam priorizar o diálogo e a interação entre as pessoas, sobretudo as demandas provenientes do movimento do corpo humano.


WALTER ROBERTO CORREIA é professor da Escola de Educação Física e Esporte da USP


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