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ANÁLISE
Deficiências representam falta de zelo com patrimônio e com próprio público
WALTER ROBERTO CORREIA
ESPECIAL PARA A FOLHA
Os problemas encontrados
nas quadras das escolas públicas podem ser analisados
sob diversos aspectos.
A escola pública é um patrimônio público. A quadra,
quando é deixada com deficiências ou sem manutenção, representa uma falta de
zelo com o patrimônio público e com o próprio público.
Isso tem sido uma cultura nos últimos anos: o que é público não é de ninguém.
Outra questão é a de gestão. Os setores de planejamento, projetos, orçamento e
licitação não atendem às demandas singulares de cada
uma das cerca de 5.000 escolas estaduais em São Paulo.
Quem faz o projeto não sabe qual é a real necessidade
dos colégios. As construções
muitas vezes são improvisadas, projetadas sob a perspectiva da economia, não da
utilização educativa.
O diálogo entre o pedagógico e o econômico não se
efetiva. Investe-se da maneira menos onerosa, mas não
da forma mais inteligente.
A quadra, quando tem
obstáculos de acesso ou estruturas que aumentam os
riscos de acidente, reflete
uma falta de compreensão
das especificidades daquele
ambiente -o que ocorre em
outros locais, como salas de
aula, laboratórios e espaços
de circulação.
Os espaços deveriam priorizar o diálogo e a interação
entre as pessoas, sobretudo
as demandas provenientes
do movimento do corpo
humano.
WALTER ROBERTO CORREIA é professor da
Escola de Educação Física e Esporte da USP
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