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SAÚDE
Projeto estabelece folga anual para exame preventivo no útero; etiquetas em sutiãs trarão dicas para auto-exame da mama
Teste de câncer deve ser exigido a mulheres
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dois projetos aprovados na Câmara criam obrigatoriedades que
devem aumentar o número de
exames feitos por mulheres para
prevenir câncer ginecológico e de
mama. Os projetos ainda precisam passar pelo Senado.
Segundo projeções do Instituto
Nacional do Câncer, o câncer de
mama matará 8.245 brasileiras este ano, e o ginecológico, 3.625. Em
2000, devem ocorrer 45.591 novos
casos dessas doenças.
A primeira proposta obriga empresas públicas e privadas a concederem uma folga anual para
que suas funcionárias se submetam ao exame preventivo de câncer ginecológico.
O projeto foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça
da Câmara em decisão terminativa na quinta-feira. Só irá a plenário se houver pedido de um terço
dos 513 deputados.
Para o líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP), há uma falha na proposição
de Ricardo Izar (PMDB-SP): não
prevê a origem dos recursos para
a realização do exame. O governo,
mesmo assim, se manifestou a favor pelo seu significado social.
Pelo texto aprovado, as direções
e as chefias de empresas e órgãos
públicos organizarão escala de
dispensa para conciliar os interesses dos empregadores e das trabalhadoras ou servidoras públicas.
As funcionárias serão obrigadas
a apresentar, em 30 dias, atestado
de comparecimento ao serviço de
saúde, mas não precisarão mostrar o diagnóstico nem a lista dos
procedimentos realizados.
Se for necessário, o médico poderá pedir mais dias de folga para
a funcionária para exames complementares. Havendo necessidade, as trabalhadoras também poderão pedir um dia de licença para retirar o resultado do exame.
Os ministérios da Saúde e do
Trabalho fiscalizarão o cumprimento das determinações previstas no projeto. O descumprimento das normas ocasionará multas.
Outro projeto, cujo autor é o deputado Jaques Wagner (PT-BA),
obriga a colocação de etiqueta
com advertência e orientações para a prevenção do câncer de mama em sutiãs vendidos no país.
A etiqueta deverá orientar o auto-exame de seios para identificar
sinais que permitam o tratamento
precoce do câncer de mama.
"Projetos como esses são positivos porque estimulam uma conduta preventiva. Além dos problemas do sistema público de saúde, as pessoas são normalmente
displicentes com cuidados preventivos. É preciso forçar a barra", disse o deputado Walter Pinheiro (BA), vice-líder do PT.
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