São Paulo, sábado, 09 de novembro de 2002

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CRIME NO BROOKLIN

Amigo da família diz que intenção era que Suzane, logo após concluir a faculdade, fosse a primeira a viajar

Vítima planejava mudança para a Alemanha

DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"

O aposentado Walter Nimir, 65, ex-diretor da Dersa e amigo há 25 anos de Manfred von Richthofen, disse que o engenheiro pretendia levar a família para a Alemanha nos próximos anos.
Segundo ele, Suzane seria a primeira a mudar para a Alemanha, assim que terminasse a faculdade.
Mas, segundo Manfred teria dito ao amigo, a viagem nada teria a ver com o namoro. "Ele estava assustado com a violência e queria mudar para Berlim", disse Nimir.
O amigo teria dito ainda, disse Nimir, que estava preocupado com o namoro de Suzane, já que Daniel não estudava.
Descrito como uma pessoa reservada, meticulosa e profissional, Manfred assumiu a diretoria de Engenharia da Dersa em junho deste ano. Funcionário da companhia desde 1998, pouco falava sobre assuntos familiares.
"Ele era alemão, não era um sujeito expansivo, mas era muito inteligente", afirmou o presidente da Dersa, Sérgio Gonçalves Pereira. Sobre o relacionamento com os filhos, Pereira conta que toda segunda-feira -quando vistoriava obras- Manfred levava os filhos à escola. "O relacionamento entre eles parecia muito bom."
O próprio Pereira afirma que ficou chocado com o crime, mas disse que, com o decorrer das investigações, passou a desconfiar do envolvimento de Suzane.
Segundo ele, Suzane chegou ao prédio da empresa anteontem, por volta das 15h30, dizendo que queria ir até a sala do pai para buscar documentos e objetos.
"Recebi um telefonema da portaria avisando que ela estava aqui e disse que ela não poderia levar nada. A polícia estava aqui desde a hora do almoço e também não autorizou", afirmou Pereira.
Nascido em Erbach, na Alemanha, Manfred era engenheiro civil, formado pela USP. Sua mulher, Marísia, era psiquiatra e tinha um consultório na rua República do Iraque.

Filho
O outro filho do casal, Andreas, 15, deverá ficar sob a guarda de um parente de sua mãe Marísia.
Ontem, uma parente de Marísia, identificada apenas como Nilsa, esteve na igreja luterana da Granja Julieta, que a família Richthofen frequentava, para discutir com o pastor Hermann Willi o futuro do garoto.
O pastor negou saber com quem Andreas ficará e também disse que o desfecho do caso não o surpreendeu, diante das informações que ele obteve junto a familiares desde o crime.
Com os filhos, o casal, segundo o pastor, frequentava as atividades na igreja havia alguns anos.


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