São Paulo, sábado, 09 de novembro de 2002

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Mãe "conversava" por meio de diário

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Até ontem, a única forma de "conversa" de Maria Auxiliadora Braule Pinto com seu filho sequestrado há 16 anos era o monólogo, por meio de um diário.
Ao ver uma mulher saindo de seu quarto no hospital, no dia 21 de janeiro de 86, com seu filho recém-nascido no colo, ela perguntou: "Não vai dar um beijo na mamãe?". A mulher respondeu, imitando voz de criança: "Não fique triste mamãe, eu volto logo".
Nos meses seguintes, recebeu trotes dizendo que Pedrinho estaria morto e sofreu uma tentativa de extorsão. Chegou a conhecer crianças que poderiam ser seu filho, mas exames de DNA negavam a filiação.
Depois disso, a cada Natal, aniversário de parente ou quando a saudade era mais forte, Maria Auxiliadora escrevia uma carta para O.J. São mais de cem mensagens que farão parte do livro "Cegonha às Avessas", que um amigo da família está acabando de escrever.
Em 1989, cansada, mas esperançosa de um desfecho feliz, Maria Auxiliadora também escreveu um livro sobre O.J., "Devolva o Meu Filho! Caso Pedrinho" (Editora Alhambra), onde narra a busca pelo filho sequestrado.
Em linguagem direta, repleta de queixas à polícia e ao governo federal, dona Lia, como é chamada, conta os momentos de angústia, as buscas e a tristeza de ver o caso sendo esquecido. O livro tem 75 páginas e termina com 13 perguntas questionando a omissão em elucidar o caso.


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