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Mãe "conversava" por meio de diário
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Até ontem, a única forma de
"conversa" de Maria Auxiliadora
Braule Pinto com seu filho sequestrado há 16 anos era o monólogo, por meio de um diário.
Ao ver uma mulher saindo de
seu quarto no hospital, no dia 21
de janeiro de 86, com seu filho recém-nascido no colo, ela perguntou: "Não vai dar um beijo na mamãe?". A mulher respondeu, imitando voz de criança: "Não fique
triste mamãe, eu volto logo".
Nos meses seguintes, recebeu
trotes dizendo que Pedrinho estaria morto e sofreu uma tentativa
de extorsão. Chegou a conhecer
crianças que poderiam ser seu filho, mas exames de DNA negavam a filiação.
Depois disso, a cada Natal, aniversário de parente ou quando a
saudade era mais forte, Maria Auxiliadora escrevia uma carta para
O.J. São mais de cem mensagens
que farão parte do livro "Cegonha
às Avessas", que um amigo da família está acabando de escrever.
Em 1989, cansada, mas esperançosa de um desfecho feliz, Maria
Auxiliadora também escreveu
um livro sobre O.J., "Devolva o
Meu Filho! Caso Pedrinho" (Editora Alhambra), onde narra a
busca pelo filho sequestrado.
Em linguagem direta, repleta de
queixas à polícia e ao governo federal, dona Lia, como é chamada,
conta os momentos de angústia,
as buscas e a tristeza de ver o caso
sendo esquecido. O livro tem 75
páginas e termina com 13 perguntas questionando a omissão em
elucidar o caso.
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