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Jovens de classe alta são acusados de tráfico
A polícia prendeu ontem nove suspeitos de traficar ecstasy, LSD, cocaína, maconha, crack e haxixe na zona sul do Rio
Segundo as investigações, drogas compradas em favelas eram negociadas em academias, universidades, raves e até pela internet
André Mourão/Agif/Folha Imagem
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Os nove jovens presos acusados de traficar ecstasy, LSD, cocaína, maconha, crack e haxixe em bairros nobres da zona sul do Rio
MÁRCIA BRASIL
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
A polícia prendeu ontem nove acusados de traficar ecstasy,
LSD, cocaína, maconha, crack e
haxixe nos bairros mais abastados da zona sul do Rio.
Oito dos presos são integrantes de famílias de classe alta e o
nono é taxista. Os agentes da
Delegacia de Combate às Drogas apreenderam ainda uma
adolescente portuguesa de 17
anos, mas ela foi liberada.
Um dos acusados, estudante
de design industrial, foi algemado dentro da Universidade
Estácio de Sá, no centro.
A investigação começou em
junho e resultou na operação
Octógono (referência ao ringue
de vale-tudo, luta praticada por
alguns dos jovens).
Denunciados pelo Ministério
Público, que acompanhou a investigação desde o início, todos
os integrantes do grupo negaram ser traficantes (leia texto
abaixo).
A polícia não soube informar
o montante movimentado pela
quadrilha nem a quantidade de
drogas vendida.
Outros integrantes
"Constatamos que a quadrilha tem ainda outros integrantes e que os usuários não distinguem as drogas. Tomam ecstasy, LSD, consomem maconha", declarou a delegada Patrícia Aguiar, 31, titular da Delegacia de Combate às Drogas.
De acordo com as escutas e as
imagens, autorizadas pela Justiça, os jovens -a maioria universitária- revendiam drogas
compradas em favelas da zona
sul (Dona Marta, em Botafogo,
e Santo Amaro, Catete) e no Jacarezinho (zona norte).
Segundo as investigações, as
drogas eram negociadas por telefone, pela internet e em raves,
boates, universidades, colégios,
academias e nas praias.
O secretário de Segurança
Pública do Rio, José Mariano
Beltrame, foi à delegacia felicitar a equipe. "Não é quadrilha
de usuários, mas de traficantes.
A sociedade precisa refletir sobre os valores familiares. Não
se trata de problema de segurança, mas social. São jovens
totalmente irresponsáveis e
descompromissados", disse.
Policiais infiltradas
Dos 35 policiais que participaram da ação, cinco são mulheres -que, infiltradas, freqüentaram raves e boates,
acompanhando o grupo.
A polícia acusa o estudante
de psicologia Bruno Pompeu
D'Urso, 18, de ser o líder do grupo. Os outros presos são Pedro
Paulo Faria David, 23, Rodrigo
Foresti de Luca, 21, Fábio Luiz
Cardoso da Silva, 26, Renato da
Silva Magdalena, 32, Jéssica de
Albuquerque e Correia, 18,
Maycon Scoralick, 20, e Rafael
Luiz Passos, 19.
Thiago Castilho, 24, que já
estava preso por roubo e é filho
de um policial civil, também foi
levado ontem até a delegacia.
A portuguesa de 17 anos, de
acordo com a polícia, vendia
drogas e era responsável por
cobrar as dívidas de "clientes".
A jovem, que mora no Brasil há
cinco anos, depôs e foi liberada.
NA INTERNET - Ouça trechos das escutas
www.folha.com.br/073121
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