São Paulo, domingo, 09 de novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Folha salarial paulista subiu mais na pasta da Segurança

Gasto com salários na área foi de R$ 161,1 milhões, 96,6% acima do valor de 2000

Número de funcionários ativos na Segurança cresceu 5,8% entre 2000 e 2007; na Educação, aumento foi de 2,8% no mesmo período

Marlene Bergamo - 27.out.08/Folha Imagem
Policiais civis em greve durante manifestação realizada em São Paulo; categoria está parcialmente parada desde 16 de setembro

DA REPORTAGEM LOCAL

A folha de salários da Secretaria da Segurança Pública foi a que subiu mais, percentualmente, entre as três pastas que são as maiores empregadoras do Estado, grupo que inclui ainda a Saúde e a Educação.
Em agosto, último mês com dado disponível, a folha de pagamento da Segurança foi de R$ 161,1 milhões, ou 96,63% acima dos R$ 81,9 milhões do mesmo período de 2000, conforme informações do site da Secretaria da Fazenda do Estado, que é aberto ao público. Porém, fica abaixo da variação do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) entre 31 de agosto de 2000 e o mesmo dia deste ano, de 118,25%.
Já a folha de pagamento da Secretaria da Educação, a maior do Estado, atingiu R$ 802,1 milhões em agosto, subindo 89,6% sobre a despesa do mesmo mês de 2000. No caso da Saúde, o salto foi de 88,34%, chegando a R$ 143,6 milhões.
Entre 2000 e o ano passado, o número de funcionários ativos da Segurança aumentou 5,8% e o da Educação, 2,8%, variação que é bem menor do que os sete pontos percentuais que separam o salto da folha das duas pastas. Já o da Secretaria da Saúde caiu 3,4%.
A parcela da folha da Secretaria da Segurança também vem aumentando, em termos percentuais, em relação à massa salarial do governo. Neste ano, chega a 23,16% do total, meio ponto acima do índice de oito anos atrás e quase três pontos além do resultado de 2004, o menor desta década.
O número de funcionários da ativa pode ser comparado somente por ano: eram 120.370 há oito anos e 127.448 no ano passado. Por outro lado, a quantidade de inativos saltou de 74.541 para 87.344.
A folha geral de São Paulo subiu apesar do aperto obrigado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que limita a despesa de pessoal ao chamado "limite prudencial", de no máximo 46,55% da chamada receita corrente líquida -que é a arrecadação do Estado, incluindo verbas enviadas pela União, menos repasses obrigatórios.
Em 2000, esse índice chegou a 49,3%, mas vem caindo ano a ano e no ano passado foi de 41,5%, dado que a oposição ao governo José Serra (PSDB) vem usando para dizer que o Estado tem condições de gastar mais com o funcionalismo.

Ganho médio
A Folha teve acesso a um estudo encomendado pelo ex-governador Claudio Lembo (DEM) à Secretaria da Fazenda -e entregue por ele para a equipe de transição do governo Serra- que compara a evolução salarial das três maiores secretarias entre 1994 e 2005.
O maior aumento relativo foi obtido pela Secretaria da Educação, de 104,3% em valores reais (descontada a inflação), contra 30,6% da Segurança e 79,5% da Saúde.
Ainda assim, a Segurança exibia naquele ano médias salariais bem acima das outras pastas: na Polícia Civil, que obteve aumento real de 54,6%, o valor era de R$ 2.537; e a PM, com salto de 21,8%, recebia uma média de R$ 2.341.
Apesar de terem conseguido reajustes reais maiores, a Educação pagava uma média de R$ 1.726 e a Saúde, R$ 1.403.
A Folha tentou obter da Secretaria de Gestão a atualização desses valores para o ano passado, mas não conseguiu.


Texto Anterior: Entrevista: Para delegado, "achatamento" é deliberado
Próximo Texto: Investimento em pessoal é baixo, dizem pesquisadores
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.