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Folha salarial paulista subiu mais na pasta da Segurança
Gasto com salários na área foi de R$ 161,1 milhões, 96,6% acima do valor de 2000
Número de funcionários ativos na Segurança cresceu 5,8% entre 2000 e 2007; na Educação, aumento foi de 2,8% no mesmo período
Marlene Bergamo - 27.out.08/Folha Imagem
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Policiais civis em greve durante manifestação realizada em São Paulo; categoria está parcialmente parada desde 16 de setembro
DA REPORTAGEM LOCAL
A folha de salários da Secretaria da Segurança Pública foi a
que subiu mais, percentualmente, entre as três pastas que
são as maiores empregadoras
do Estado, grupo que inclui ainda a Saúde e a Educação.
Em agosto, último mês com
dado disponível, a folha de pagamento da Segurança foi de
R$ 161,1 milhões, ou 96,63%
acima dos R$ 81,9 milhões do
mesmo período de 2000, conforme informações do site da
Secretaria da Fazenda do Estado, que é aberto ao público. Porém, fica abaixo da variação do
IGP-M (Índice Geral de Preços
do Mercado) entre 31 de agosto
de 2000 e o mesmo dia deste
ano, de 118,25%.
Já a folha de pagamento da
Secretaria da Educação, a
maior do Estado, atingiu R$
802,1 milhões em agosto, subindo 89,6% sobre a despesa do
mesmo mês de 2000. No caso
da Saúde, o salto foi de 88,34%,
chegando a R$ 143,6 milhões.
Entre 2000 e o ano passado,
o número de funcionários ativos da Segurança aumentou
5,8% e o da Educação, 2,8%, variação que é bem menor do que
os sete pontos percentuais que
separam o salto da folha das
duas pastas. Já o da Secretaria
da Saúde caiu 3,4%.
A parcela da folha da Secretaria da Segurança também vem
aumentando, em termos percentuais, em relação à massa
salarial do governo. Neste ano,
chega a 23,16% do total, meio
ponto acima do índice de oito
anos atrás e quase três pontos
além do resultado de 2004, o
menor desta década.
O número de funcionários da
ativa pode ser comparado somente por ano: eram 120.370
há oito anos e 127.448 no ano
passado. Por outro lado, a
quantidade de inativos saltou
de 74.541 para 87.344.
A folha geral de São Paulo subiu apesar do aperto obrigado
pela Lei de Responsabilidade
Fiscal, que limita a despesa de
pessoal ao chamado "limite
prudencial", de no máximo
46,55% da chamada receita
corrente líquida -que é a arrecadação do Estado, incluindo
verbas enviadas pela União,
menos repasses obrigatórios.
Em 2000, esse índice chegou
a 49,3%, mas vem caindo ano a
ano e no ano passado foi de
41,5%, dado que a oposição ao
governo José Serra (PSDB)
vem usando para dizer que o
Estado tem condições de gastar
mais com o funcionalismo.
Ganho médio
A Folha teve acesso a um estudo encomendado pelo ex-governador Claudio Lembo
(DEM) à Secretaria da Fazenda
-e entregue por ele para a
equipe de transição do governo
Serra- que compara a evolução salarial das três maiores secretarias entre 1994 e 2005.
O maior aumento relativo foi
obtido pela Secretaria da Educação, de 104,3% em valores
reais (descontada a inflação),
contra 30,6% da Segurança e
79,5% da Saúde.
Ainda assim, a Segurança
exibia naquele ano médias salariais bem acima das outras
pastas: na Polícia Civil, que obteve aumento real de 54,6%, o
valor era de R$ 2.537; e a PM,
com salto de 21,8%, recebia
uma média de R$ 2.341.
Apesar de terem conseguido
reajustes reais maiores, a Educação pagava uma média de R$
1.726 e a Saúde, R$ 1.403.
A Folha tentou obter da Secretaria de Gestão a atualização desses valores para o ano
passado, mas não conseguiu.
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