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Saúde prevê carreira para incentivar ida a localidades remotas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para tentar reduzir a escassez de médicos em áreas carentes, o Ministério da Saúde enviou à pasta do Planejamento
uma outra proposta, a fim de
criar uma carreira federal para
os profissionais da medicina.
Funcionaria assim: depois de
passar por concurso público, o
médico seria levado a municípios com dificuldade de contratar profissionais, com salário
pago pelo governo federal.
Dependendo da necessidade,
poderia haver deslocamentos.
O número de cargos ficaria
entre 400 e 500, segundo o secretário de Gestão do Trabalho
e Educação na Saúde do ministério, Francisco Campos.
O valor do salário ainda não
foi fechado, mas poderia ficar
entre R$ 8.000 e R$ 10.000, tomando-se como parâmetro o
que ganharia um profissional
da extinta Fundação Sesp. A
entidade foi criada na Segunda
Guerra Mundial por meio de
acordo entre os governos brasileiro e americano. Nos anos
1960, foi vinculada à Saúde, até
ser extinta no governo Collor.
Esta nova proposta da Saúde
teria o atrativo de dar ao profissional estabilidade e possibilidade de progredir na carreira.
Segundo Campos, pesquisas
mostram que um das principais
problemas dos médicos que ficam no interior é o fato de eles
ficarem vulneráveis ao poder
local, sujeitos a perder o posto a
cada mudança de prefeito.
"Por que o Banco do Brasil
consegue colocar gente em todas as agências do Brasil? Por
que tem juiz e promotor no interior? Porque essas profissões
têm uma carreira", diz Campos.
Nessa carreira federal, segundo ele, poderia haver benefício posterior para quem fosse
a uma cidade pouco atrativa.
Além dessa proposta, o Ministério da Saúde também espera a aprovação, pelo Congresso, de um projeto de lei que
permite ao médico que estudou
em faculdade particular pagar a
mensalidade com trabalho.
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