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VESTIBULAR
Segundo professores, prova exigiu que aluno usasse subjetividade no texto; hoje há exames de história e de química
Fuvest usa catraca enferrujada como tema da redação
DA REPORTAGEM LOCAL
O tema da redação do vestibular da Fuvest foi a "descatracalização da vida", termo usado por um
grupo artístico para criticar o controle do capital e do governo sobre os cidadãos. Aplicada ontem,
a prova, juntamente com o exame
de gramática e de literatura, marcou o início da segunda fase do
maior processo seletivo do país.
Para chamar a atenção, o grupo
colocou no ano passado uma catraca enferrujada em um pedestal
no largo do Arouche (região central de São Paulo). "Foi pelo caminho certo o aluno que não ficou
preso à catraca em si e estendeu o
raciocínio a outros tipos de controle e de constrangimento presentes na nossa sociedade", disse
a professora do laboratório de redação do Objetivo Cida Custódio.
Custódio considera que, devido
à necessidade da subjetividade, a
redação irá "selecionar muito
bem" os candidatos. "A Fuvest
sempre espera algo amplo."
A coordenadora de língua portuguesa do Etapa, Célia Bassoni,
concorda que o aluno não deveria
ficar preso à catraca em si. Para
ela, o tema foi mais complexo do
que do ano passado. "Sobre o
tempo [tema do último vestibular], todo mundo já pensou. Mas
sobre a descatracalização, não."
"Fiquei meio confuso", conta
Eduardo Gonçalves Ungaretti, 18,
candidato a uma vaga em engenharia. "Não sabia se ficava só na
catraca ou se pegava o lado subjetivo. Fiz um texto mostrando que
sou contra o controle de idéias."
Sobre o restante da prova, a
coordenadora do Etapa disse que
foi "de nível médio". Já para o
professor de língua portuguesa do
Objetivo Nelson Dutra, o exame
estava um pouco mais fácil do que
em anos anteriores. O coordenador da Fuvest, Roberto Costa, disse que a segunda fase está "um
pouquinho mais fácil". Na primeira etapa, segundo ele, a queda
na exigência foi mais evidente.
Costa afirmou que a prova
transcorreu sem incidentes. Não
compareceram ao exame 1.372
candidatos, número equivalente a
4,4% do total de convocados. No
último vestibular, a taxa de abstenção ficou em 4,6%.
A partir de agora, os vestibulandos resolvem apenas as provas
das disciplinas relacionadas à carreira escolhida. Hoje é a vez de
história e química. Os portões serão abertos às 12h30 e fechados às
13h. O tempo máximo do exame é
de três horas.
O vestibular oferece 9.947 vagas,
distribuídas pela USP, pela Santa
Casa de São Paulo e pela Academia de Polícia Militar do Barro
Branco. O resultado sai no dia 10
de fevereiro.
(FÁBIO TAKAHASHI)
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