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POLÍCIA
PM teria ofendido menino negro em supermercado
Policiais militares são acusados de racismo contra garoto de 12 anos
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A estudante de enfermagem Luciene Calori, 36, deixou três meninos negros, entre eles o filho K.,
12, no estacionamento do supermercado Extra Raposo Tavares
de São Paulo enquanto fazia compras. Quando voltava ao carro viu
K. chorando e os outros dois garotos, G., 12, e B., 13, amigos do filho, assustados.
Segundo depoimento de K. à
PM, policiais militares que estavam no local intimidaram os três,
fizeram ofensas racistas a ele e
ameaças na noite de anteontem.
K. gravou o número do veículo
dos policiais. A PM confirmou
que o prefixo M-16572 é de carro
do 16º batalhão, na zona oeste.
Segundo termo de declaração
do menino, registrado no setor
disciplinar do Comando de Policiamento de Área Metropolitano
5 da PM, dois policiais saíram de
uma Blazer com armas em punho, apontando para suas pernas.
Os meninos, que estavam perto
do carro de Calori, um Versailles,
tiveram de colocar as mãos sobre
o veículo e os PMs fizeram uma
revista. Um policial de bigode
perguntou quem era o dono do
carro. K. disse que era de sua mãe.
O PM quis saber a placa, mas K.
não lembrava os números e letras.
O termo diz que "diante desta
resposta, o referido policial perguntou se quando o declarante ia
comer a b. das menininhas também esquecia a camisinha".
Em seguida, o policial teria anotado o nome do menino e levado
ao PM motorista da Blazer. Ao ver
o nome do menino, o motorista
perguntou "quem era King
Kong", ironicamente. O menino
registrou que se sentiu ofendido.
"O policial de bigode disse que
iria anunciar o veículo no supermercado e que caso [..." não fosse
de sua mãe [Calori", retornaria e
quebraria o declarante todo", registrou ainda K..
"Fui levar uma amiga para comprar leite e carne", disse Calori.
Segundo ela, como estava quente,
os meninos ficaram esperando
perto do carro, que estava aberto.
"Foi uma vergonha horrível para
eles", afirmou a mãe, que também
é negra. "Vou entrar com uma
ação contra o Extra, por danos
morais, e contra a PM, por racismo." A estudante diz que depois
de não encontrarem nada na revista, os policiais poderiam ter ido
embora. Ela esperava também
que alguém tentasse localizá-la
-e que a gerência do mercado
garantisse a segurança do filho.
Ela diz que ninguém a chamou
pelo sistema de som.
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