São Paulo, terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

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Fevereiro deve ser o mais chuvoso desde 2004 em SP

Previsão é de órgão municipal que monitora as enchentes na capital paulista

No fim de semana, 6 pessoas morreram no Estado; Prefeitura de SP fará novo estudo das áreas de risco só após o período de chuvas


DA REPORTAGEM LOCAL

O caos vivido pelo paulistano no final de semana, por conta das fortes chuvas, deve se repetir por todo o mês, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências). O órgão municipal, que monitora as enchentes na capital, espera o pior fevereiro desde 2004.
Segundo o engenheiro Hassan Barakat, do CGE, a previsão é baseada em estudos que apontam uma quantidade de chuva acima da média histórica para o mês, de 217 mm.
Essa média foi superada pela última vez em 2004, com 235,7 mm de chuva no mês. Até ontem, o CGE somava 73,8 mm na capital -43% de tudo o que choveu em fevereiro de 2008 (172,1 mm). Cada milímetro de chuva representa um litro de água por metro quadrado.
Um termômetro da força da chuva deste final de semana é a quantidade de quedas de árvores. A Defesa Civil do município recebeu 11 chamadas em todo o fevereiro de 2008. Neste sábado e domingo, foram 51.
O maior problema, porém, foram as mortes. Em todo o Estado, as chuvas provocaram seis mortes no final de semana.
Na capital, em Americanópolis (zona sul), a servidora pública Jeovanice Marques de Carvalho, 52, morreu no sábado afogada dentro de sua casa ao ficar prensada por um armário.
Em Campo Limpo Paulista (57 km da capital), três pessoas morreram anteontem soterradas dentro de casa. Entre as vítimas, está uma menina de 11 anos, além de dois homens.
Em Santo André (ABC), um homem morreu ao tentar passar por uma rua alagada. Ele se agarrou a um poste de metal e recebeu uma descarga elétrica. Um colega que tentou ajudá-lo também morreu.
De 1º de dezembro de 2008 às 7h de ontem, a Defesa Civil do Estado computou 14 pessoas mortas, duas desaparecidas e 27 feridas em 68 municípios, além de 5.580 desalojadas.
A Prefeitura de São Paulo fará um novo levantamento das áreas de risco só após o período de chuvas. O edital para a contratação da análise só será lançado em março. Por isso, os resultados só poderão ser usados no verão de 2010. A última pesquisa contratada pelo município é de 2003. Na época, 57,5 mil pessoas viviam em 562 áreas consideradas de risco por estarem próximas a encostas e margens de córregos.
Segundo o município, o motivo do atraso é um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado com o Ministério Público Estadual, em 2005. "O estudo estava previsto, mas foi estabelecido que a prefeitura fizesse outros serviços, como limpeza de boca-de-lobo e drenagem. Só no ano passado, investimos R$ 100 milhões em obras de intervenção", diz o chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras, Lacir Baldusco.


Colaborou o Agora


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