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Fevereiro deve ser o mais chuvoso desde 2004 em SP
Previsão é de órgão municipal que monitora as enchentes na capital paulista
No fim de semana, 6 pessoas morreram no Estado; Prefeitura de SP fará novo estudo das áreas de risco só após o período de chuvas
DA REPORTAGEM LOCAL
O caos vivido pelo paulistano
no final de semana, por conta
das fortes chuvas, deve se repetir por todo o mês, segundo o
CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências). O órgão
municipal, que monitora as enchentes na capital, espera o
pior fevereiro desde 2004.
Segundo o engenheiro Hassan Barakat, do CGE, a previsão
é baseada em estudos que
apontam uma quantidade de
chuva acima da média histórica
para o mês, de 217 mm.
Essa média foi superada pela
última vez em 2004, com 235,7
mm de chuva no mês. Até ontem, o CGE somava 73,8 mm na
capital -43% de tudo o que
choveu em fevereiro de 2008
(172,1 mm). Cada milímetro de
chuva representa um litro de
água por metro quadrado.
Um termômetro da força da
chuva deste final de semana é a
quantidade de quedas de árvores. A Defesa Civil do município recebeu 11 chamadas em todo o fevereiro de 2008. Neste
sábado e domingo, foram 51.
O maior problema, porém,
foram as mortes. Em todo o Estado, as chuvas provocaram
seis mortes no final de semana.
Na capital, em Americanópolis (zona sul), a servidora pública Jeovanice Marques de Carvalho, 52, morreu no sábado
afogada dentro de sua casa ao
ficar prensada por um armário.
Em Campo Limpo Paulista
(57 km da capital), três pessoas
morreram anteontem soterradas dentro de casa. Entre as vítimas, está uma menina de 11
anos, além de dois homens.
Em Santo André (ABC), um
homem morreu ao tentar passar por uma rua alagada. Ele se
agarrou a um poste de metal e
recebeu uma descarga elétrica.
Um colega que tentou ajudá-lo
também morreu.
De 1º de dezembro de 2008
às 7h de ontem, a Defesa Civil
do Estado computou 14 pessoas mortas, duas desaparecidas e 27 feridas em 68 municípios, além de 5.580 desalojadas.
A Prefeitura de São Paulo fará um novo levantamento das
áreas de risco só após o período
de chuvas. O edital para a contratação da análise só será lançado em março. Por isso, os resultados só poderão ser usados
no verão de 2010. A última pesquisa contratada pelo município é de 2003. Na época, 57,5
mil pessoas viviam em 562
áreas consideradas de risco por
estarem próximas a encostas e
margens de córregos.
Segundo o município, o motivo do atraso é um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado com o Ministério
Público Estadual, em 2005. "O
estudo estava previsto, mas foi
estabelecido que a prefeitura fizesse outros serviços, como
limpeza de boca-de-lobo e drenagem. Só no ano passado, investimos R$ 100 milhões em
obras de intervenção", diz o
chefe de gabinete da Secretaria
Municipal de Coordenação das
Subprefeituras, Lacir Baldusco.
Colaborou o Agora
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