São Paulo, terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

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Anac não inspecionou avião que caiu no AM

Agência diz que, por falta de condições técnicas, faz fiscalização dos voos por amostragem; aeronave tinha excesso de passageiros

Em Coari, cidade de onde o Bandeirante decolou, não há equipe fixa da Anac; última inspeção da agência no local foi em outubro


Eledilson Colares/"A Crítica"
Familiares participam do enterro de vítimas do acidente aéreo no AM; avião levava mais passageiros do que previa sua capacidade máxima

FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA

O avião que saiu de Coari, no Amazonas, e caiu provocando a morte de 24 pessoas decolou sem passar por inspeção da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). A agência alega que, por falta de condições técnicas, faz fiscalização por "amostragem" nos voos.
O Bandeirante EMB-110 estava com mais passageiros do que previa a capacidade máxima registrada na Anac. A Aeronáutica apura se o excesso de passageiros contribuiu para a queda da aeronave, no sábado.
Quando há um agente na Anac, são inspecionados itens como número de passageiros e documentação, tanto da aeronave quanto do piloto. Um processo administrativo é aberto em caso de irregularidade.
No aeroporto de Coari (AM), de onde o avião decolou e que tem movimento de cerca de 900 passageiros por semana, não há uma equipe fixa da Anac para fazer a inspeção. Nenhuma foi feita neste ano - a mais recente foi em outubro.
A Anac não informa a porcentagem das partidas e chegadas submetida a fiscalização. A quantidade é variável, diz. Um piloto que atua na região amazônica -que pediu anonimato- disse ser comum os jatos particulares e táxis-aéreos voarem com excesso de pessoas. Segundo ele, o pequeno número de voos e a falta de estrutura de transporte levam grande parte dos pilotos a dar "carona" a passageiros sem registrá-los no plano de voo.
A Anac abriu ontem processo administrativo para apurar as condições de segurança operacional da empresa Manaus Aerotáxi. O processo deverá levar de um a seis meses para ser concluído. Segundo a agência, não havia registro de acidentes envolvendo a empresa, que atua no mercado desde 2003.

Sem licença
Reportagem da Folha revelou, na semana passada, que de abril de 2008 a janeiro deste ano, a Anac fez uma inspeção em 200 dos 700 aeroportos públicos do país e flagrou 17.359 irregularidades. A maior incidência (3.119) foi a de pilotos sem um documento que atesta a capacidade física e psicológica para voo.


Colaboraram LUÍS KAWAGUTI , da Reportagem Local e LARISSA GUIMARÃES , da Sucursal de Brasília


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