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Lista de mortos confirma que aeronave estava superlotada
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
A lista oficial de mortos divulgada ontem pelo IML (Instituto Médico Legal) do Amazonas revelou que o avião Bandeirante que caiu no rio Manacapuru (AM) matando 24 pessoas
estava mesmo superlotado.
Havia quatro passageiros
além do permitido. Isso porque, dos 26 passageiros, só três
eram crianças de colo. A aeronave tinha capacidade para 19
pessoas sentadas.
Das sete crianças vítimas da
tragédia, duas tinham dois anos
e uma sete meses. As outras tinham de quatro a nove anos e
não podiam estar no colo.
Um menino de nove anos
também sobreviveu ao acidente. Yan da Costa Liberal estava
no colo do irmão, Erick Evangelista da Costa Pessoa, 23,
também sobrevivente.
Os dois estavam sentados em
uma poltrona na traseira do
avião. Em entrevista a um jornal local, Erick disse que estava
com o irmão no colo porque a
aeronave estava superlotada.
"Todas as crianças estavam no
colo", afirmou.
O avião da empresa Manaus
Aerotáxi partiu de Coari por
volta das 12h de sábado para
um trajeto de uma hora até Manaus. Na metade do percurso,
enfrentando turbulências e
mau tempo, o piloto tentou
pousar em Manacapuru.
Os irmãos e Ana Lúcia Reis
Lauria, 43, conseguiram sobreviver porque a passageira Brenda Moraes, 21, conseguiu abrir
a porta de emergência.
Ela disse não ter estranhado
o fato de uma criança de nove
anos viajar sobre o colo de um
adulto. "Para mim estava em
um voo lotado normal", disse.
Ana Lauria disse que só entrou na aeronave fretada porque três assentos estavam vazios. As passagens dela, de
Brenda Moraes e da secretária
municipal de Saúde, Joelma
Gomes de Aguiar, 34, que morreu no acidente, foram compradas pela Prefeitura de Coari, da
qual é prestadora de serviços.
A empresa Manaus Aerotáxi,
responsável pelo avião, descartou a superlotação. O avião foi
fretado pelo empresário Omar
Melo Filho na agência L Tur, de
Coari. À Folha o diretor de
operações da empresa, o piloto
Fernando Luiz Galvão Bezerra,
disse que crianças de colo não
afetam o peso do avião. "Acredito que teve algo além do problema no motor. O mau tempo,
por exemplo." Bezerra disse
que o voo era fretado e não
houve venda de bilhetes.
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