São Paulo, terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

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Lista de mortos confirma que aeronave estava superlotada

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

A lista oficial de mortos divulgada ontem pelo IML (Instituto Médico Legal) do Amazonas revelou que o avião Bandeirante que caiu no rio Manacapuru (AM) matando 24 pessoas estava mesmo superlotado.
Havia quatro passageiros além do permitido. Isso porque, dos 26 passageiros, só três eram crianças de colo. A aeronave tinha capacidade para 19 pessoas sentadas.
Das sete crianças vítimas da tragédia, duas tinham dois anos e uma sete meses. As outras tinham de quatro a nove anos e não podiam estar no colo.
Um menino de nove anos também sobreviveu ao acidente. Yan da Costa Liberal estava no colo do irmão, Erick Evangelista da Costa Pessoa, 23, também sobrevivente.
Os dois estavam sentados em uma poltrona na traseira do avião. Em entrevista a um jornal local, Erick disse que estava com o irmão no colo porque a aeronave estava superlotada. "Todas as crianças estavam no colo", afirmou.
O avião da empresa Manaus Aerotáxi partiu de Coari por volta das 12h de sábado para um trajeto de uma hora até Manaus. Na metade do percurso, enfrentando turbulências e mau tempo, o piloto tentou pousar em Manacapuru.
Os irmãos e Ana Lúcia Reis Lauria, 43, conseguiram sobreviver porque a passageira Brenda Moraes, 21, conseguiu abrir a porta de emergência.
Ela disse não ter estranhado o fato de uma criança de nove anos viajar sobre o colo de um adulto. "Para mim estava em um voo lotado normal", disse.
Ana Lauria disse que só entrou na aeronave fretada porque três assentos estavam vazios. As passagens dela, de Brenda Moraes e da secretária municipal de Saúde, Joelma Gomes de Aguiar, 34, que morreu no acidente, foram compradas pela Prefeitura de Coari, da qual é prestadora de serviços.
A empresa Manaus Aerotáxi, responsável pelo avião, descartou a superlotação. O avião foi fretado pelo empresário Omar Melo Filho na agência L Tur, de Coari. À Folha o diretor de operações da empresa, o piloto Fernando Luiz Galvão Bezerra, disse que crianças de colo não afetam o peso do avião. "Acredito que teve algo além do problema no motor. O mau tempo, por exemplo." Bezerra disse que o voo era fretado e não houve venda de bilhetes.


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