São Paulo, quarta-feira, 10 de março de 2010

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Sob ameaça de greve, gestão Serra melhora proposta para policiais

Projeto enviado à Assembleia reduz diferença entre salários pagos a quem atua em grandes centros e pequenas cidades

Decisão é divulgada pela Secretaria da Segurança Pública no mesmo dia em que delegados anunciam paralisação para o dia 19

DA REPORTAGEM LOCAL

O governo José Serra (PSDB) anunciou ontem o envio à Assembleia Legislativa de um projeto de lei que prevê diminuir a diferença entre os salários pagos aos policiais civis e militares que trabalham nas pequenas cidades e àqueles que atuam nos grandes centros.
O anúncio foi feito no mesmo dia em que um grupo de 200 delegados anunciou uma greve para o próximo dia 19 -a categoria tem 3.300 profissionais. Entre as reivindicações está o ALE (Adicional por Local de Exercício), exatamente o benefício que foi alvo de mudança no projeto anunciado ontem.
Pela proposta, que precisa ser votada pelos deputados estaduais, em vez dos atuais três níveis para o pagamento do benefício, serão apenas dois: cidades com mais ou menos de 500 mil habitantes. Hoje, a menor gratificação é paga a quem trabalha em cidades com menos de 200 mil moradores -há três faixas: até 200 mil, de 200.001 a 500 mil e acima desse patamar.
De acordo com o governo, essa mudança deve provocar aumentos salariais de até 23,82%, principalmente para quem trabalha em cidades menores, e atingir 52.516 policiais -o Estado tem 127 mil policiais civis e militares. O menor salário, recebido pelos soldados de 2ª classe em começo de carreira, iria de R$ 1.613 para R$ 1.985.
Ontem, na Assembleia, as entidades de delegados criticaram a proposta. Elas reivindicam o fim dos três níveis e a incorporação imediata do ALE pelo teto, que hoje é de R$ 1.575, pago a um delegado que trabalha nas maiores cidades. A proposta do governo, além de criar dois níveis para o benefício, prevê sua incorporação total aos salários em cinco anos.
As entidades de delegados também exigem uma reestruturação da carreira, que inclua o reconhecimento da profissão como carreira jurídica, o que possibilitaria equiparar o salário ao de um promotor -hoje, de cerca de R$ 18 mil. Um delegado em início de carreira recebe R$ 5.810 (para cidades com mais de 500 mil habitantes).


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