DA SUCURSAL DO RIO

Um tenente e um sargento da PM lotados no complexo penitenciário de Bangu (zona leste) foram presos sob a acusação de ligação com "bondes" (comboios de criminosos) de traficantes ligados a Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.
As prisões ocorreram anteontem, dois dias depois que nove policiais militares foram detidos por terem, supostamente, sequestrado dois moradores do morro do Turano, de onde partiu o tiro que feriu a estudante Luciana Gonçalves de Novaes na vizinha Universidade Estácio de Sá.
O secretário de Segurança, Anthony Garotinho, disse que policiais corruptos serão tratados com o mesmo rigor que traficantes. "Só poderemos vencer a luta contra o narcotráfico após afastarmos parte da polícia envolvida com traficantes."
O tenente Anderson Silva dos Santos, 43, e o sargento Celso Cardoso Pacheco passaram a ser investigados após a PM receber fitas e gravações telefônicas que apontam o envolvimento deles com o traficante Beto, suposto distribuidor de drogas de Beira-Mar.
As imagens e as gravações foram cedidas pela TV Bandeirantes, segundo a secretaria. Segundo a emissora, o trabalho de investigação jornalística começou em outubro de 2002 e teve o apoio do Ministério Público Estadual.
Uma imagem mostra o tenente numa lanchonete de Bangu com um homem que seria Beto. Segundo a polícia, num trecho da conversa, ele diz ao homem que era preciso afastar o sargento dos "bondes" porque ele estava "cheirando [cocaína] muito".
Garotinho confirmou que a polícia investiga quatro PMs acusados de matar quatro moradores do morro do Borel (Tijuca) em abril. Entre as vítimas está Carlos Magno Nascimento, 18, que morava na Suíça e passava uma temporada com a avó.
Na ocasião, a PM informou que os mortos eram traficantes e que, com eles, apreendera drogas e armas. A advogada das vítimas, Maria Nilma Barros, afirmou que a apreensão foi forjada.


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